Após sete horas de reunião do Conselho de Ética do Senado, o presidente do colegiado, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), anunciou a adoção do voto secreto na sessão que aprovará ou rejeitará os relatórios sobre o primeiro processo contra o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado ter despesas pessoais pagas com dinheiro do lobista de uma empreiteira. Segundo Quintanilha, o voto secreto atende a um dispositivo da Constituição, que determina que processos envolvendo perda de mandato de um parlamentar tem que ser decididos pelo voto secreto e por maioria absoluta.

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"A interpretação do texto (da Constituição) não me permite expressar minha vontade, porque entendo que a norma constitucional é determinante. Entendo que o voto deverá ser por escrutínio secreto", afirmou o presidente do Conselho. Em seguida, Quintanilha rejeitou sumariamente o requerimento da bancada do PSDB pedindo votação aberta. Essa decisão causou nova onda de debates na sessão, com os senadores da oposição contestando os argumentos de Quintanilha.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio, disse que, como há brecha no regimento interno do Senado sobre o assunto, o Conselho de Ética deveria se orientar pelo Regimento da Câmara, que defende voto aberto nas comissões. Já o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) lembrou que a Constituição, quando se refere em maioria absoluta, está-se se referindo a votações no plenário.

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