Questionada posse no TJ de Roraima

Brasília – A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Roraima pediu ontem que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não permita que o desembargador Mauro Campel-lo tome posse na presidência do Tribunal de Justiça do estado no próximo dia 17. O pedido foi feito pelo presidente da seccional da OAB, Antônio Oneildo. O desembargador, que atualmente preside o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, é suspeito de ser o beneficiário de um esquema de fraudes envolvendo pagamento indevido de diárias, viagens fantasmas e fraudes na concessão de horas extras a funcionários do TRE.

"Queremos o afastamento do desembargador do TRE e também o seu impedimento para não assumir a presidência do TJ", afirmou Antônio Oneildo.

Segundo Oneildo, esta também é a posição do Ministério Público Estadual. O procurador-geral de Justiça de Roraima está recebendo apoio da OAB-RR para ingressar no STJ com ação pedindo a suspensão da posse de Mauro Campello no Tribunal de Justiça Estadual.

As investigações da Polícia Federal apontam indícios de que o desembargador pode ser um dos beneficiários do esquema de fraudes detectado pela Operação Pretorium no TRE de Roraima. A operação, a cargo do superintendente da PF em Roraima, José Francisco Mallman, resultou na prisão, na quinta-feira, da mulher e da sogra de Mauro Campello, Larissa de Paula Mendes Campello e Clementina Beltrão de Paula Mendes, respectivamente. Além delas, foram presas quatro servidoras do TRE e um motorista do Tribunal de Justiça de Roraima, todos acusados de desvios de recursos públicos.

Segundo a Polícia Federal, o grupo de servidores do TRE forjou horas extras para dobrar salários e simulou viagens até ao exterior para receber diárias. Parte dessas despesas teriam sido bancadas com recursos destinados ao custeio das eleições do ano passado. A PF diz que Larissa e Clementina participavam da quadrilha, que também contratava servidores para o tribunal com salários de até R$ 8 mil. Depois, esses servidores devolviam metade desses vencimentos para os integrantes do esquema.

Pelas investigações da PF, Larissa e Clementina recebiam o pagamento em espécie. O dinheiro era entregue em envelopes pelos servidores que estariam sendo explorados. Em alguns casos, o dinheiro era recolhido pelo motorista das duas. O inquérito será encaminhado agora para o STJ. Pela lei, investigações relacionadas a desembargadores devem ser conduzidas pelo STJ.

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