Em meio ao reinício da limpeza das cidades pernambucanas de Palmares e Água Preta, atingidas anteontem por uma segunda enchente do Rio Una em 11 dias, os prefeitos querem impedir que moradores de áreas baixas – e, portanto, de maior risco – retornem ao que restou das moradias arrasadas pelas cheias. “Vamos usar força policial e prender quem resistir”, garantiu Eduardo Coutinho (PSB), prefeito de Água Preta. “Tem gente que é muito teimosa.”

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As chuvas mataram 20 pessoas em Pernambuco e deixaram mais de 82 mil fora de suas casas. Em Alagoas, subiu de 34 para 37 o número de mortos nas enchentes. Mais de 181 mil foram afetadas. Os dois Estados somam 57 mortos.

Com um terço da população de 30 mil habitantes atingida pela enchente, Água Preta terá de ser reconstruída em uma área livre de risco. De acordo com Coutinho, o governo estadual já desapropriou 219 hectares com esse objetivo. A intenção é abrigar os moradores em barracas do Exército durante a obra de reconstrução das casas.

Em Palmares, que também teve área desapropriada pelo governo estadual para reconstrução, o prefeito José Bartolomeu de Almeida Melo (PDT) espera a instalação de 500 abrigos do Exército. “Parte do povo quer voltar, mas vai ter de ter paciência”, disse. Segundo ele, a ordem dos governos federal e estadual é não deixar áreas de risco serem reocupadas.

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Em Branquinha, a 69 km da capital, o Corpo de Bombeiros resgatou 150 sem-terra que estavam ilhados na zona rural do município. Eles disseram aos bombeiros que estavam havia mais de uma semana à espera de socorro. Alguns comeram barro para não morrer de fome. Os bombeiros disseram que ninguém precisou ser hospitalizado.