A cidade de Manaus amanheceu nesta sexta-feira, 2, encoberta por fumaça, pelo segundo dia consecutivo, por causa das queimadas na região. Na quinta-feira, 1, a fumaça branca era tão intensa na capital do Amazonas, que motoristas e marinheiros enfrentaram dificuldades para trafegar e alunos foram dispensados das aulas.
De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Antônio Ocimar Manzi, doutor em Física da Atmosfera e coordenador brasileiro do projeto teuto brasileiro Observatório da Torre Alta na Amazônia (ATTO), o problema está relacionado às queimadas no entorno da cidade.
“Como à noite a superfície emite mais radiação do que recebe, a atmosfera se resfria de baixo para cima. Isto é, o ar mais frio e denso fica embaixo e o ar mais quente e menos denso, em cima. Esse processo cria uma camada de inversão térmica noturna que dificulta o transporte de ar, fumaça e poluição da superfície para a atmosfera mais alta”, detalhou o pesquisador.
Segundo o especialista, nessas condições, a fumaça produzida nas queimadas fica presa na parte de baixo da atmosfera e o vento a transporta horizontalmente, levando para a cidade.
De acordo com o alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esse tipo de fenômeno deve se repetir nos próximos dias. A última vez que Manaus amanheceu com uma fumaça branca foi no dia 30 de setembro de 2009.
Aulas
Na quinta-feira, por causa da fumaça, alunos da rede pública foram dispensados das aulas e motoristas tiveram problemas para trafegar. A exibição de um espetáculo no Teatro Amazonas, no centro da cidade, chegou a ser cancelado por causa da fumaça que atingiu o sistema de refrigeração do local.