A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos prepara o contra-ataque a mais uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ficou acertada a aprovação pela CPI de um requerimento quebrando, novamente, o sigilo bancário, fiscal e telefônico do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, ex-caixa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A quebra tinha sido aprovada uma vez pela comissão, mas foi suspensa por decisão do presidente do STF, ministro Nelson Jobim.
O novo requerimento será apresentado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e conta com o apoio da maioria dos membros da CPI. A perda de sigilo tinha sido determinada com o objetivo de checar a versão de Okamotto para a quitação de uma dívida de R$ 29.400,00 de Lula com o PT. O presidente do Sebrae disse ter usado dinheiro do próprio bolso para saldar o débito contabilizado pelo partido, mas contestado pelo presidente. ?Alguém que tem medo de mostrar seu sigilo ou é do crime organizado, ou do crime desorganizado; com certeza não faz parte da boa da sociedade?, afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
Barros lembra que o presidente do Sebrae foi acusado pelo economista Paulo de Tarso Venceslau de usar métodos irregulares para abastecer o caixa dois do PT, como a captação de doações de empresários de bingo. O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), anunciou que pedirá à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que repreenda o advogado de Okamotto, Marcos Augusto Perez, por ter declarado que ?a CPI quer fazer circo?.