Quatro represas operam acima do limite de segurança em SP

Quatro das onze principais represas que abastecem de água a região metropolitana de São Paulo estão operando com volume superior a seus limites de segurança. Outras duas estão próximas de exceder esses limites, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). E tudo por causa do excesso de chuvas. A empresa vem realizando operações de “descarregamento” do excesso de água nos rios, para afastar o perigo de transbordamento. Mesmo assim, um reservatório em Atibaia já ultrapassou o nível máximo e causou alagamentos.

O Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 8,8 milhões de pessoas, é composto pelas barragens Jaguari/Jacareí, Paiva Castro, Atibainha e Cachoeira. Nas últimas duas represas, o volume de água ultrapassava, ontem, em 9,7% e 2,4%, respectivamente, os níveis de segurança para armazenamento. Em Jaguari/Jacareí, o volume armazenado ainda está 1,4% inferior ao limite e, em Paiva Castro, ainda faltam 4,6% para a barragem chegar ao volume máximo. A capacidade de segurança total do sistema é de 98%. Atualmente, ele opera com 96,8% do nível ocupado.

Os sistemas Guarapiranga e Rio Grande (Represa Billings), que juntos abastecem cerca de 5,4 milhões de pessoas, também operam com volume de água armazenada superior ao limite de segurança. Informações da Sabesp indicam que o Guarapiranga tem 77,1% de sua capacidade preenchida pelas águas e o Rio Grande, 97,6%. No entanto, o limite de segurança exato nesses sistemas não foi divulgado pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), também responsável pelos reservatórios.

Procurada pela reportagem, a empresa não se manifestou. A situação nos cinco reservatórios administrados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) que formam o Sistema Alto Tietê também não foi divulgada pela empresa responsável.

Emergências

Hélio Luiz Castro, superintendente da Sabesp, diz que a empresa está preparada para emergências. “É de se esperar que aconteçam chuvas intensas e por isso nós estamos descarregando algumas represas”, explica.

Medidas para dar vazão ao volume de água são eficazes na opinião dos especialistas ouvidos pela reportagem. “Não há um grande motivo de preocupação, caso o limite de segurança de cada compartimento (represa) seja respeitado. Só uma cheia extraordinária poderia acarretar danos”, afirma Mário Thadeu Leme de Barros, especialista em Engenharia Hidráulica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

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