Dos estudantes que chegaram ao último ano da graduação, 48,1% receberam algum tipo de bolsa ou financiamento durante o curso. Outros 15,7% dos concluintes estudam em instituições públicas. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 4, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que apresentou o resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para os cursos de bacharelado das áreas de Ciências Sociais, Ciências Humanas e os tecnólogos de Gestão e Negócios, Produção Cultural e Design.

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A cada ano o Enade se dedica a um ciclo avaliativo trienal. Entre os concluintes desses cursos, 30,3% chegaram ao final da graduação porque conseguiram o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ou uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni), ambos do governo federal. Outros 17,8% conseguiram bolsas e financiamento com a própria instituição privada ou por empresas e organizações não governamentais (ONGs).

Na semana passada, o ministro Abraham Weintraub disse que “não faria nada” para recuperar o Fies. O programa vem encolhendo nos últimos anos, depois que as regras de acesso ao financiamento foram alteradas. Neste ano, 61% das vagas ofertadas para o Fies ficaram ociosas.

Especialistas em ensino superior defendem que o País precisa ter alguma política de financiamento estudantil, uma vez que as universidades públicas só são responsáveis por 35% das matrículas na graduação.

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Dados do Censo da Educação Superior também mostram que alunos com bolsa ou financiamento são os que menos abandonam ou desistem de concluir a graduação.

O que é o Enade?

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Criado em 2004, o Enade é obrigatório para conclusão da graduação em instituições de ensino privadas e nas públicas federais. Ele integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos alunos em duas partes: em relação aos conteúdos específicos dos cursos em que estão matriculados e em conhecimentos gerais. A prova visa a avaliar a qualidade das graduações no País. As notas do exame são convertidas em uma escala por faixas, que vai de 1 a 5.

No entanto, a eficácia do exame já foi criticada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que questionou a continuidade da aplicação do Enade. Segundo o relatório da organização, que fez a avaliação a pedido do Ministério da Educação (MEC), o exame não permite saber se um curso melhorou ou piorou sua qualidade ao longo dos anos e também não estabelece níveis mínimos de desempenho esperado dos alunos.