A Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou ao governo propostas para a aquisição de um novo avião presidencial, com custo estimado em US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,45 bilhão). Apesar da urgência manifestada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após problemas técnicos com a aeronave atual, a decisão enfrenta resistência devido à necessidade de controle de gastos e à busca por equilíbrio nas contas públicas.

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Dados do Banco Central (BC) mostram que o déficit primário do setor público consolidado foi de 2,15% do PIB nos 12 meses encerrados em setembro, com o governo federal sendo o principal responsável por essa situação. O quadro reforça as dificuldades de aprovação de um investimento dessa magnitude.

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As falhas do “Aerolula”

A substituição do atual Airbus A319CJ, apelidado de “Aerolula”, tornou-se uma prioridade após uma pane técnica em outubro, que obrigou a aeronave a sobrevoar o espaço aéreo mexicano por mais de quatro horas. Comprado em 2005 por US$ 56,7 milhões, o avião tem autonomia limitada a 8.500 km, insuficiente para voos diretos a destinos distantes como Europa ou Ásia, o que obriga a paradas para reabastecimento.

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Lula busca uma aeronave com maior autonomia, internet de alta velocidade, quarto de casal, banheiro com chuveiro, sala de reuniões ampla e possibilidade de reabastecimento em voo.

A primeira-dama, Janja, critica abertamente o desconforto e a necessidade frequente de escalas, enfatizando que a troca do avião é uma questão de “segurança e eficiência institucional”.

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“A gente acaba sendo irresponsável com a vida do presidente da República –não estou falando do presidente Lula, mas do presidente do Brasil. Então a gente acaba sendo irresponsável com isso, de colocar ele dentro de uma aeronave com tantos problemas. Precisamos ter mais responsabilidade com o cargo”, afirmou a primeira-dama à CNN Brasil

As opções analisadas

A Aeronáutica avalia duas opções envolvendo aviões da fabricante europeia Airbus, ambas com o mesmo custo:

  • Avião usado (fabricado em 2016): já configurado com configurações semelhantes às desejadas por Lula e Janja e com entrega prevista em até um ano. Necessitaria apenas ser totalmente adaptado às exigências brasileiras;
  • Avião novo: fabricado sob encomenda, com entrega estimada em um ano e meio.
    Segundo o Poder 360, Em reunião com a Airbus, realizada em 29 de outubro, o Ministério da Defesa discutiu alternativas que poderiam acelerar a entrega, reduzindo o prazo inicialmente previsto de dois anos.

A substituição do “Aerolula” já era uma demanda do presidente no início do mandato. Uma proposta anterior de adaptar um Airbus A330-200 comprado da Azul no governo Jair Bolsonaro foi descartada devido aos altos custos para se instalar um sistema de internet a bordo e às pressões da equipe econômica em relação à necessidade de controle de gastos.

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