Hannah tem 1 ano e 5 meses e já frequenta uma “academia”. Circuito e dança estão entre as atividades que ela realiza, além de brincadeiras. Espaços com a proposta de desenvolver habilidades motoras e sociais das crianças têm atraído cada vez mais famílias que ainda não colocaram os filhos em escolas ou que não têm opções de lazer onde moram.

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Faz três meses que a advogada Jéssica Rendeiro Figueroa, de 32 anos, resolveu matricular a filha em um desses locais. “Pesquiso muito sobre desenvolvimento infantil e procurava um espaço também para ter um momento com a minha filha e para ela se relacionar com outros bebês.”

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Em uma das aulas, ao som de Galinha Pintadinha, a menina brincava com a mãe e com as outras crianças, divertia-se com a própria imagem refletida no espelho, fazia pinturas. “A gente já tentava fazer algumas atividades em casa, mas não tenho esse espaço nem esses materiais. Estou grávida de 3 meses e quero que o ‘baby’ venha aqui também.”

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O prédio onde mora a administradora Joyce Ayabe, de 38 anos, não tem parquinho para Eduardo, de 1 ano e 3 meses, brincar. Ele ainda não frequenta escola e, agora, está indo à academia para bebês duas vezes por semana. “Está tendo contato com outras crianças. Às vezes, chora, mas está se acostumando. Foi bom, porque tem muitas atividades diferentes e, por mais que a gente pesquise, não sabe de tudo.”

As aulas também estão sendo uma oportunidade para o pai dele acompanhar o seu desenvolvimento. “Fico muito tempo fora de casa, porque sou piloto de avião. Quando estou de folga, fico o máximo com ele. Esse momento me deixa mais ligado a ele”, afirma Carlos Pessini, de 35 anos.

Proprietário da rede Baby Gym, o fisioterapeuta Lucas Silva iniciou o negócio em 2016 e, no ano passado, tinha duas unidades em Porto Alegre. Neste ano, chegou a 14. Ele explica que as crianças são divididas por grupos de desenvolvimento, como 2 a 8 meses e 9 a 18 meses, e não por idade, para evitar comparações.

“Para os bebês de colo, algumas pessoas perguntam: ‘O que um bebê de 2 meses faz? Trabalhamos a questão do vínculo com os pais, o toque. Para os demais, trabalhamos com diferentes materiais. Deixamos eles colocarem um canudo dentro de uma embalagem e isso ajuda a desenvolver o movimento de pinça, que vai ser importante para segurar a colher e pegar em um lápis”, exemplifica.

O preço varia entre R$ 100 e R$ 450 por mês nesses espaços. “Cada vez mais, os estudos científicos de desenvolvimento neural mostram que essa é a época em que a gente mais aprende na vida”, diz Cody Lund, sócio-gestor da Steps, localizada na Vila Olímpia, zona sul da capital paulista. Ali, em média, 50 a 60 crianças realizam as atividades por mês.

Música, movimento, arte e natureza são os pilares do Mamusca. No espaço lúdico, bebês e crianças têm acesso a brinquedos, mas também brincam com areia, conhecem os alimentos e têm uma vivência com os pais e outras crianças. Psicóloga e sócia do espaço, Paula Saretta diz que a área recebe cerca de 40 crianças por dia. “Temos notado um grande crescimento e uma procura por espaços que valorizam o brincar livre e respeitam as crianças como um ser integral e capaz.”

Atenção

Ortopedista pediátrico do Sabará Hospital Infantil, Wilson Lino Junior, diz que esses espaços podem contribuir para que as crianças não sejam sedentárias, mas ressalta que as atividades também podem ser feitas ao ar livre. E recomenda atenção às instalações e à equipe que trabalha no local. “Tem de ter um profissional, como um educador físico ou fisioterapeuta.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.