Brasília – A Polícia Federal desarticulou ontem uma quadrilha de estelionatários que aplicou golpes pela internet em correntistas da Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil, Itaú e Bradesco. O grupo, liderado pelo taxista Renato Prata Silva, conseguia acessar contas bancárias destas instituições em São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. E sacou cerca de R$ 10 milhões das contas de 200 correntistas nos cinco estados. Prata está preso em Brasília com mais três comparsas. A Polícia investiga se houve participação de funcionários dos bancos nas operações criminosas. É que os estelionatários utilizavam dados dos correntistas para entrar nas contas via internet e fazer transferências interbancárias e então sacar. "Os criminosos quebraram os sigilos bancários dos clientes e faziam isto utilizando dados teoricamente secretos das pessoas e podem ter contado com ajuda dos bancários. Isto é que vamos descobrir com a continuidade das investigações", comentou o delegado Walmir Oliveira, um dos responsáveis pela operação. Entre os presos está Amilquer dos Santos, ex-funcionário da Caixa. Os quatro estelionatários presos foram descobertos porque mantinham um elevado padrão de gastos e nos últimos sete meses aplicavam os golpes com regularidade. O líder Renato Prata morava em uma luxuosa casa em um dos bairros mais caros de Brasília. Como dinheiro dos golpes, ele chegou a fazer uma reforma na mansão em que morava e instalou piscina com acesso por um túnel de água para a sauna. Na operação Clone – que ganhou este nome por causa da clonagem dos cartões – trabalharam 60 policiais. O grupo foi indiciado em sete crimes – formação de quadrilha estelionato, furto qualificado, violação de sigilo bancário, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Como estes crimes foram praticados simultaneamente, quando forem a julgamento os acusados poderão pegar mais de 20 anos de prisão. O juiz decretou o bloqueio dos bens da quadrilha – mansões, carros e dinheiro que mantinham em contas correntes legais.
Quadrilha saca R$ 10 mi pela internet
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