O professor de música Walflan Henrique Ribeiro foi esfaqueado na noite de terça-feira por um grupo de punks, após pedir a eles que não pichassem o muro de seu conservatório musical, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele foi golpeado na cabeça, na barriga, no braço e está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Carlos Chagas. Três suspeitos do crime – um rapaz de 18 anos e dois menores – foram detidos em flagrante.
Ribeiro, de 37 anos, mantém seu conservatório desde 2005 no Parque Renato Maia, área nobre da cidade. Ali, ele ministra mais de 30 cursos de música, além de ter um estúdio. Ele também mora no local. Segundo boletim médico do hospital, divulgado às 17 horas de ontem, o músico não corre risco de morte, mas não tem previsão de alta. Além dos ferimentos causados pelas facadas, ele também foi chutado e levou socos na cabeça.
Vizinhos do conservatório viram a cena. Assustados com a agressão, disseram que é comum encontrar grupos de adolescentes e adultos vestindo roupas pretas e andando pela região, já que eles se reúnem em um parque perto dali. Segundo a noiva de Ribeiro, Cristina Valentim, o muro do conservatório havia sido pintado recentemente. “Ele viu as pessoas pichando e não admitiu, porque isso já tinha acontecido”, contou.
Um vizinho de Ribeiro, que preferiu não ser identificado, correu em direção aos punks e conseguiu dispersá-los. Ele ainda imobilizou dois jovens e os entregou à Guarda Civil Municipal. Segundo ele, as facadas foram desferidas por uma garota de 17 anos. “Ela questionou um punk que não teve coragem de usar a faca, pegou a arma da mão dele e começou a golpear o professor”, disse.
‘Contra repressão’
Os jovens detidos se definiram como “punks anarquistas” e disseram lutar contra a “repressão”. De acordo com o guarda-civil Alan Ribeiro, eles justificaram a agressão como uma defesa do “livre arbítrio” para escrever mensagens nos muros. Os punks afirmaram ainda que o bairro onde está o conservatório da vítima é “antro de nazistas”. Antes da agressão ao professor, eles picharam no conservatório dizeres como “era punk”, “antifascista” e “anticareca”, em referência aos skinheads, com quem os punks têm rixa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.