PT vai ser duro com a política econômica

Foto: Agência Brasil

José Dirceu é um dos articuladores do Campo Majoritário.

São Paulo – O 3.º Congresso do PT, agendado para o segundo semestre deste ano, será marcado por críticas à política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar do recente lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É o que indicam versões recentes de cinco teses que guiarão os debates do encontro, marcado inicialmente para julho e remarcado para agosto. Apesar de doze textos estarem em fase final de elaboração, esses cinco são apoiados por correntes como ?Campo Majoritário?, ?Movimento PT?, ?Articulação de Esquerda? e ?Democracia Socialista?. Juntas, elas respondem por cerca de 80% do diretório nacional do PT.

Em geral, os textos citam o PAC e reconhecem a importância do programa. Mesmo assim, algumas áreas continuam sob o fogo cerrado de parte das lideranças do partido. ?Além da reforma política, da mudança da política econômica – com predominância do desenvolvimento sobre a estabilidade – temos de lutar por uma ampla reforma do Estado brasileiro?, diz o texto ?Construindo um Novo Brasil?, assinado pelo ?Campo Majoritário? do PT, grupo que deu as cartas no partido nos últimos anos.

O texto  ?Mensagem ao Partido?, endossado pelo ministro de Relações Institucionais Tarso Genro, foi um dos que se concentraram em críticas à autonomia do Banco Central. Uma versão anterior do documento trazia ataques mais duros à instituição, que acabaram sendo amenizados.

?O Banco Central, ao contrário do que se originou da cultura do neoliberalismo – financeirização da gestão, relação íntima com o capital financeiro na escolha de seus quadros, em procedimentos, em fontes de informação, em políticas e metas – deve ser uma instituição da república e sua autonomia técnica deve estar subordinada ao Presidente da República, que é a síntese da representação popular.?

Como esperado, parte da polêmica deverá abordar a hegemonia do ?Campo Majoritário? – grupo que deu as cartas no PT nos últimos anos e é representado por nomes como o ex-ministro José Dirceu. O texto preliminar ?Mensagem ao Partido?, endossado pelo ministro de Relações Institucionais Tarso Genro e outras lideranças, abriu a polêmica ao dizer que o PT viveu uma crise de ?corrupção?.

Agora intitulado ?O PT e a Revolução Democrática?, o documento tem tom mais ameno, mas mantém o recado ao dizer que ?setores do partido adotaram práticas e condutas incompatíveis com a ética republicana?. Os documentos ?A Esperança é Vermelha?, da ?Articulação de Esquerda?, e ?Um Novo Rumo para o PT?, elaborado inclusive por alguns membros do ?Campo? que criaram sua própria tese, pedem a antecipação da eleição interna para este ano e o conseqüente encurtamento do mandato do presidente da sigla, Ricardo Berzoini, em um ano. Estes dois textos também levantam a preocupação com a formação de uma candidatura para 2010.

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