PT se mobiliza para fiscalizar eleições

Coordenadores de campanhas do PT em todos os Estados reuniram-se hoje, em Brasília, para definir um plano de fiscalização paralela para acompanhar o primeiro turno das eleições, no dia 6 de outubro. O partido tentará arregimentar pelo menos 300 mil militantes para fiscalizar as eleições e já mapeou cerca de 12 mil urnas – 3% do total – que merecerão atenção redobrada. Selecionadas aleatoriamente, essas 12 mil urnas deverão ter seus boletins eletrônicos de totalização de votos enviados para a central de apuração do PT, em São Paulo, assim que for encerrada a votação.

Seu resultado será comparado pela fiscalização petista com os dados disponibilizados pelos tribunais regionais eleitorais. Se for constatado alguma diferença significativa, a coordenação de campanha será avisada.

Uma equipe de técnicos do PT também montou um software chamado ?cubo? para comparar os eventos irregulares das eleições de 2000 com os de 2002. A repetição de algum fato anormal, como o atraso do relógio de uma urna (o que significa o prolongamento do horário de eleição) servirá de alerta.

Até o final de semana, o PT deve divulgar o que considera as ?áreas-problema? que precisam ser monitoradas de perto pela fiscalização e pela assessoria jurídica. Preliminarmente, os Estados que mais preocupam o partido são o Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Bahia, além do Distrito Federal.

?A nossa auditoria paralela é para dar confiança à coordenação de campanha a parar a apuração, se precisar, e contar de novo?, afirmou o coordenador nacional de fiscalização do PT, Joaquim Soriano. Segundo ele, a votação eletrônica dá mais segurança com relação a fraudes no ?varejo?, mas não está imune a problemas no ?atacado?, porque ?as máquinas são operadas por seres humanos?. ?Vamos mobilizar milhares de fiscais. Nosso objetivo é ter um exército de fiscais?, disse Soriano.

Segundo ele, essa estratégia não está assentada numa tentativa de liquidar as eleições no primeiro turno, mas de reunir informações úteis para o segundo turno. O partido deverá gastar cerca de R$ 300 mil nesse sistema de fiscalização.

Questionado sobre a intenção do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nélson Jobim, de fortalecer a repressão contra a boca-de-urna, o dirigente petista disse que ?a nossa turma em geral é muito animada, e neste ano está animadíssima?. ?Acho que o pessoal vai querer fazer uma grande festa no dia 6?, avisou.

O TSE também está preparando uma auditoria sobre parte das urnas eletrônicas, mas seu alcance será bem menor. Na véspera da eleição, 389 urnas de todo o país serão selecionadas para testes e substituídas por similares. Destas, apenas duas em cada Estado serão efetivamente verificadas no dia 6.

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