Foto: Agência Câmara |
Ricardo Izar foi uma pedra no caminho dos petistas. |
O PT poderá abrir mão da presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e entregar o comando a um peemedebista. Esta é a solução que a direção petista tenta construir para que o órgão não venha a ser presidido nem pelo deputado Ricardo Izar (PTB-SP), nem pelo deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP). A eleição para escolher o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar deverá acontecer no dia 28.
A presidência do Conselho de Ética e Decoro foi reivindicada pelo PT, mas os integrantes do campo majoritário, principalmente aqueles que estiveram envolvidos no escândalo do ?mensalão?, não querem nenhum deles. Os petistas do campo majoritário rejeitam o nome de Izar sob a alegação de que foram ?maltratados? durante os dois anos da gestão dele à frente do Conselho de Ética. Foram condenados pelo conselho seis petistas, mas somente o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) foi cassado pelo plenário da Casa. Já Cardozo não tem trânsito no campo majoritário, além de ser considerado ?independente demais? dentro do PT.
O acordo que se busca construir trabalha com a hipótese de convencer os deputados do PT e do PTB de São Paulo a desistirem de disputar a presidência do órgão. ?Não desisto da minha candidatura. Vamos para a briga. É a imagem da Câmara que está em jogo?, afirmou Izar. ?Soube pela imprensa que há quem defenda na bancada do PT que nós venhamos a abrir mão da presidência do Conselho de Ética. Acho estranha essa posição. Porém, se a bancada decidir isso, acatarei por mais estranho que me pareça?, disse Cardozo.
O deputado Wilson Santiago (PMDB-PB) seria um dos nomes cotados para assumir o mando do colegiado. O PMDB procura um lugar para encaixar Santiago, depois que ele foi derrotado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) na disputa pela primeira secretaria da Câmara. ?Ouvi comentários sobre isso. Mas não me chamaram para nada?, afirmou hoje o deputado do PMDB da Paraíba.
A presidência do conselho entrou nas negociações do PT com o PMDB na repartição das comissões permanentes e na eleição do presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). A vaga seria do PMDB, mas o PT pediu o cargo. Em troca, os petistas cederam a Procuradoria-Geral da Câmara para o PMDB, que indicou para a função o deputado Alexandre Santos (RJ). Com o conselho nas mãos, as legendas do governo controlam os órgãos de investigação da Câmara. A Corregedoria, que tem entre as funções o poder de decidir sobre a abertura ou não de processos contra parlamentares, está com o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), segundo vice-presidente da Câmara, aliado à administração federal.