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Brasília – A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), adversária política do presidente do Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instaurada para apurar irregularidades cometidas no âmbito do extinto Banco do Estado do Paraná (Banestado), senador Antero Paes de Barros (PT-MG), defendeu ontem a reabertura dos trabalhos da comissão. A polícia uruguaia marcou para 16 de fevereiro de 2005 o interrogatório do contraventor João Arcanjo Ribeiro, conhecido como "Comendador", que está preso em Montevidéu por falsidade ideológica e condenado no Brasil por alguns crimes, entre eles, o de evasão fiscal.

O destino da CPMI está nas mãos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que julgará recurso apresentado pelo PT para que a comissão continue funcionando até 27 de fevereiro. Se Sarney acatar esse recurso, serão canceladas as duas últimas sessões da CPMI: a do último dia 21, em que Antero apresentou seu voto em separado, pedindo o indiciamento do atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; e a reunião da última segunda-feira, quando o tucano encerrou as atividades da CPMI e encaminhou os relatórios para o Ministério Público, mesmo sem terem sido votados pelos parlamentares. "O PT jamais conseguirá me comparar ao ministro José Dirceu", reagiu o senador Antero, para quem os parlamentares do PT que estão querendo a reabertura da CPMI por conta do interrogatório de João Arcanjo Ribeiro, numa tentativa de vinculá-lo ao contraventor, assim como o PSDB associou o chefe da Casa Civil ao ex-assessor Waldomiro Diniz.

O senador tucano foi acusado por políticos mato-grossenses de ter recebido, na campanha eleitoral, recursos de Arcanjo. "É um joguinho político", completou o senador. Ele disse que o interrogatório de Arcanjo já havia sido requerido pela CPI que, inclusive, mandara as perguntas por meio de carta rogatória à Justiça uruguaia.

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O tucano disse, também, que as autoridades uruguaias tinham conhecimento de que a fase de depoimentos da CPMI seria concluída até o dia 3 de dezembro, para que o relator pudesse elaborar seu parecer. Antes de encerrar os trabalhos da CPMI, na última segunda-feira, Antero havia tomado conhecimento, por fax, de que a Justiça do Uruguai havia marcado o interrogatório de João Arcanjo Ribeiro, que será realizado no Uruguai, em 16 de fevereiro de 2005. "Isso nos causou estranheza", disse a senadora Serys.

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