Foto: Arquivo/O Estado |
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Bittar: é preciso investigar. |
O relatório final da CPMI dos Correios será fruto de uma cuidadosa negociação entre governistas e oposicionistas intermediada pelo presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS). Os petistas cobraram a inclusão do PSDB no relatório parcial do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que sustentou a tese da existência do mensalão e mostrou as conexões do esquema de distribuição de dinheiro de caixa 2 montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
O empresário confessou ter distribuído R$ 55,8 milhões para o PT e partidos da base do governo, durante o governo Lula, e também ter repassado R$ 11,5 milhões para o PSDB de Minas Gerais, na campanha pela reeleição do então governador Eduardo Azeredo, em 1998. Serraglio, no entanto, não citou o PSDB. Depois de falar dos repasses ao PT, incluiu apenas uma observação de que ?precedente assemelhado ocorreu em Minas Gerais, em 1998?.
Os petistas querem que, além dos repasses à campanha de Azeredo, também sejam incluídos pagamentos suspeitos feitos a agências de publicidade por estatais durante o governo Fernando Henrique Cardoso. ?Não queremos jogar nada para baixo do tapete, mas não aceitamos que se acuse só o PT, como se outros partidos não tivessem praticado atos irregulares?, protestou o deputado petista Jorge Bittar (RJ).
Um parlamentar governista pondera que a não inclusão do PSDB no relatório parcial poderá ser moeda de troca em negociação futura.
