PT prepara aliança com Maluf para evitar derrota

São Paulo – A cessão de cargos de segundo escalão ao PP na reforma ministerial pavimenta o caminho para um possível acordo entre o PT e o ex-prefeito Paulo Maluf com vistas à eleição municipal deste ano. Oficialmente, a cúpula petista nega a possibilidade de acordo com Maluf, mas não esconde o desejo de ver o ex-prefeito na disputa, dividindo os votos da oposição à petista Marta Suplicy com o PSDB.

Na avaliação petista, isso poderia levar Marta à vitória ainda no primeiro turno. A decisão, porém, está nas mãos de Maluf, que só deve anunciar se é candidato ou não quando voltar das férias na Europa, dia 30. “A eleição está na mesa de negociação da reforma, sim”, diz o deputado Celso Russomano, vice-líder do partido na Câmara, presidente do PP paulistano e pré-candidato a prefeito.

Segundo ele, é um desejo natural do PT vê-lo fora da disputa por considerar que Maluf, além de ser alvo de várias investigações por desvio de dinheiro, não teria potencial de composição com os demais partidos, principalmente o PSDB, no segundo turno. O presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Paulo Frateschi, concorda. “Com Maluf na disputa Marta pode, sim, vencer no primeiro turno”, disse Frateschi.

Outra vantagem é a dificuldade de acordo entre Maluf e o PSDB. O ex-prefeito enxerga o dedo do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nas diversas investigações das quais é alvo, o que inviabilizaria uma aliança PP-PSDB no segundo turno. Os petistas avaliam que Maluf teria mais chances de chegar ao segundo turno com Marta, desde que o candidato do PSDB não seja o ex-ministro da Saúde José Serra. Assim, se repetiria a disputa que levou a prefeita à vitória em 2000.

A cúpula do PT nega enfaticamente a possibilidade de um acordo com Maluf. “Vamos conversar com todos os partidos da base aliada depois do carnaval, mas um acordo com o PP em São Paulo está fora de questão”, disse o presidente nacional do PT, José Genoino. Marta, que além de candidata à reeleição é vice-presidente do PT, também nega. “Não existe a menor possibilidade de um acordo com Maluf”, disse a prefeita, que foi alvo de ataques pessoais do ex-prefeito em 2000.

Segundo fontes petistas e colaboradores de Maluf, o Planalto tenta convencer o ex-prefeito a se lançar candidato em uma negociação paralela à feita pelo chefe da Casa Civil, José Dirceu, com a cúpula nacional do PP. Maluf tem enviado sinais aos petistas paulistas de que pode se lançar candidato. Mas colaboradores próximos do ex-prefeito dizem que ele está reticente, com dúvidas quanto à possibilidade de se eleger.

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