Porto Alegre – Com 16 anos na prefeitura e quatro ministros no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Miguel Rossetto, Emília Fernandes, Olívio Dutra e Tarso Genro, os dois últimos ex-prefeitos -, o PT gaúcho, com o candidato Raul Pont, ex-prefeito, está em segundo lugar nas três últimas pesquisas de intenção de voto até aqui divulgadas em Porto Alegre.
O primeiro é do ex-senador do PMDB José Fogaça, do PPS. É verdade que a diferença diminuiu – os 9,6 pontos a mais que tinha antes de começar o horário eleitoral gratuito, no qual Pont segue a orientação do publicitário Duda Mendonça, caíram para 6,4 – mas também é verdade, como reconhecem Pont e outras lideranças do PT, que a cidade não está tão visivelmente vermelha quanto em eleições passadas.
“A disputa contra o Fogaça é extremamente difícil e perigosa”, disse Pont, na quase madrugada da última terça-feira, durante jantar que reuniu cerca de 800 profissionais do direito, a maioria advogados. Na noite de quinta, depois de debate na TV Bandeirantes, o “extremamente” caiu. “Não está fácil, mas podemos virar o jogo”, afirmou o ministro da Reforma Agrária, Rossetto, presente nos estúdios do debate. “Foi um massacre”, achou o ministro, amigo pessoal de Pont, ambos da corrente interna Democracia Socialista.
Fogaça achou que a vitória foi dele: “A eleição não está ganha, mas estamos trabalhando para isso”. Uma boa medida da avaliação do debate está nos sites das campanhas e nos programas de rádio e TV. Os de Pont o divulgam à exaustão. Os de Fogaça, discretamente. Quatro outros debates televisivos estão marcados.
Os candidatos fazem uma campanha de quase 24 horas. Nos últimos dias, o clima esquentou com acusações de parte a parte sobre uma onda de vandalismo que destrói o material de campanha nas ruas. Fogaça pediu, no debate, que sua militância não comparecesse. Foi obedecido. Os petistas, não mais de 50, agitaram suas bandeiras para a brigada que fazia o policiamento no local.
Pont disse que Fogaça era “o candidato da direita, sustentado pelo dinheiro dos grandes empresários” e sua vitória traria “a volta da corrupção”. “Isso só mostra o desespero do PT”, rebateu o ex-senador.
Na terça, Fogaça discursava para uma outra platéia: 24 deputados estaduais dos partidos que o apóiam e ainda o senador amazonense Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado e franco adversário do PT.