Rio – Criado em 10 de fevereiro de 1980, o PT enfrentou diversas crises em seus 25 anos de vida. A primeira foi a saída dos deputados Bete Mendes, José Eudes e Airton Soares e a mais recente, envolvendo a senadora Heloisa Helena. Outra situação traumática envolveu a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina. Ela foi ameaçada de expulsão do PT por ter aceitado o convite de Itamar Franco para ser ministra. A intervenção dos moderados salvou-a, mas Erundina acabou deixando o PT. Primeiro governador eleito pelo partido, Vitor Buaiz também foi embora depois que o diretório regional do Espírito Santo aprovou sua expulsão.
Há dois anos, porém, a mesma esquerda do PT que sempre cobrou disciplina a ferro e fogo tentou clemência para a senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados Luciana Genro (RS), João Fontes (SE) e João Batista Babá (PA). Sem sucesso. No dia 14 de dezembro de 2003, eles foram expulsos por terem votado contra os projetos de reformas propostos pelo governo Lula.
O resultado favorável a Tancredo não demoveu a cúpula petista da idéia de afastar os rebeldes. Ao anunciar a medida, um dia após a votação no Colégio Eleitoral, Lula disse que tinha apenas "efeito político" e que não prejudicaria a carreira dos três deputados. Mas, talvez por ironia do destino, a saída do PT acabou impedindo Airton Soares, hoje advogado, de se reeleger: "Fui para o PMDB, mas minha base estava mais empolgada com a idéia de construir um novo partido e ficou no PT".