Brasília – O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu ontem um pacto de governabilidade com a ampliação do espaço do PMDB no governo federal. Segundo ele, os acordos eleitorais para 2006 devem ser firmados em outro momento. Mercadante disse ainda que as alianças são uma "via de mão dupla" e devem implicar na reciprocidade das bancadas petistas nas assembléias legislativas onde o PMDB é governo.

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"Agora é pacto de governabilidade. Não estamos discutindo 2006. O PMDB deve avaliar seu caminho eleitoral com independência", afirmou. O presidente do Senado, Renan Calheiros, reforçou o discurso em favor da participação do PMDB no governo.

"O PMDB não pode tremer, não pode ter crise existencial numa hora dessas. Se o PMDB sair do governo, quem vai substituir o PMDB? Seria a marcha da insensatez. O grave é justamente que não há quem substitua o PMDB. Faltar com a governabilidade é colaborar com a crise", afirmou. A fala de Renan foi uma resposta aos governadores do partido, que resistem à adesão ao governo federal. Mais cedo, o presidente do PMDB no Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, disse que todos os sete governadores filiados ao partido assinaram um documento afirmando que o PMDB não deve participar do governo Lula.

Mercadante minimizou a resistência de setores do PMDB à coalizão. Ele destacou que o governo Lula "tem boas relações com os governadores peemedebistas" e que o partido é "grande e plural" e sempre haverá divisões. Mas o líder do governo no Senado lembrou que Lula espera "certa agilidade" na decisão do PMDB em ampliar sua participação no governo.

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Também nesta segunda, 20 dos 23 senadores do PMDB divulgaram nota em que apóiam "o pacto da governabilidade" e a proposta de aumentar o espaço do partido no governo. Os senadores do PMDB dizem que "os interesses maiores do País devem estar acima das divergências regionais ou eleitorais" e acrescentam que a proposta "exclui qualquer entendimento com vistas às eleições do ano que vem, como bem frisou o presidente da República". Os senadores Pedro Simon (RS), Sérgio Cabral (RJ) e Mão Santa (PI) foram os únicos a não assinar a nota.

Apesar de ainda não ter uma decisão final, a maioria do PMDB é contrária à ampliação da participação do partido no governo Lula, disse ontem o presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP). "A posição majoritária é pela não aceitação dos cargos", disse Temer a jornalistas no Congresso. "Basta dizer que ao sair do almoço com o presidente eu recebi telefonemas dos diretórios, de governadores, fiz algumas ligações e a resposta era de não participar do governo." Temer insistiu, porém, no compromisso de "apoiar a governabilidade".

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