PT: o que fazer com Virgílio?

Brasília – O PT está dividido em relação ao tipo de punição que será imposta ao deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que lançou a candidatura a presidente da Câmara à revelia do partido. Enquanto o chefe da Casa Civil, José Dirceu, defende uma atitude drástica contra o mineiro, a maioria da cúpula petista quer que o partido não adote nenhuma medida disciplinar.

Parte dos petistas é favorável a isolar Guimarães no partido, retirando-lhe todos os cargos e relatorias importantes. A punição seria a perda do cargo de relator da segunda etapa da reforma tributária, que discutirá a unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O mineiro também não mais representaria o PT na Comissão Mista de Orçamento nem integraria nenhuma comissão permanente importante da Câmara.

A cúpula petista não quer transformar Guimarães em vítima e, por isso, qualquer decisão só será tomada depois da eleição do novo presidente da Câmara, marcada para o dia 14. A tendência de não punir Guimarães é calcada no fato dele ser considerado um petista histórico e sempre ter sido fiel ao Palácio do Planalto, nos dois anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao contrário de Dirceu, que expulsou do PT os integrantes da corrente Convergência Socialista e interveio em importantes diretórios estaduais do PT, como o do Rio, para apoiar a candidatura a governador de Anthony Garotinho, em 1998, o atual presidente nacional petista, José Genoino, é contrário às punições.

Não são raras as críticas de assessores de Lula à mão branda de Genoino aos casos de indisciplina partidária.

Em campanha no Nordeste, Guimarães apresentou hoje a plataforma de campanha pela presidência da Câmara. Num documento de três páginas, ele comprometeu-se a incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) parte das emendas apresentadas pelos deputados ao Orçamento Geral da União. Com isso, garantiu o mineiro, "estarão coibidos os constrangimentos pelos quais os parlamentares são obrigados a passar a cada promessa não cumprida de liberação por parte do Executivo".

No documento com as propostas de gestão da Câmara, o candidato dissidente do PT afirmou ainda que em sua administração "cada deputado terá pelo menos um projeto de lei de sua iniciativa aprovado e pronto para ir à sanção do presidente da República". Guimarães assegurou também que pretende agilizar o processo de debate e votação de medidas provisórias "com a criação de comissões especiais para desobstruir a pauta e dinamizar o processo legislativo".

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