Brasília – Para não repetir as dificuldades que o governo teve na Câmara com o PT, durante a votação da reforma da Previdência, o presidente do partido, José Genoíno, se reuniu ontem com a bancada de senadores petistas. Ele traçou uma estratégia que visa a aprovação da proposta da Previdência sem alterações e garantiu que a tramitação no Senado será marcada pelo diálogo. O presidente do PT autorizou os senadores a apresentarem emendas ao texto, como forma de marcar posição, evitando assim criar um clima de confronto. “Tudo será feito dentro de um clima de unidade e de entendimento que será mais fácil no Senado do que foi na Câmara”, afirmou Genoíno. No café da manhã com os senadores, realizado no gabinete da liderança do PT, Genoíno não discutiu o mérito da proposta.
Indagado sobre a disposição do senador Paulo Paim (PT-RS) de votar contra a reforma da Previdência por discordar da proposta, Genoíno preferiu fazer elogios à trajetória política do senador gaúcho e sua experiência como filiado ao PT. “Não estamos prevendo muitos problemas disciplinares com Paim. Não vamos discutir no Senado pela ótica da disciplina, mas pela ótica do entendimento”, afirmou. Segundo ele, a situação dos oito deputados que foram suspensos por conta da abstenção no segundo turno da reforma da Previdência está superada. Mas disse que, se quiserem, eles podem recorrer da decisão.
O líder do PT no Senado e relator da reforma previdenciária, senador Tião Viana (AC), disse que a tendência é preservar a proposta aprovada na Câmara. Ele anunciou que, na próxima quarta-feira, haverá uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com a presença do ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, e representantes de entidades de servidores públicos. “Essas audiências não terão hora para terminar. Podemos ficar 10 a 12 horas discutindo a proposta, pois a idéia é dialogar exaustivamente, tecnicamente e politicamente sobre o tema”, disse Viana.
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