O PT é o partido que mais ocupa a liderança nas 44 cidades que voltarão às urnas no próximo domingo, de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto. O PSDB vem em seguida, mas ocupa o primeiro lugar em alguns municípios importantes, que podem dar aos tucanos o controle do maior eleitorado nos grandes centros.

O Brasil tem 72 principais colégios eleitorais. São as 68 cidades com mais de 200 mil eleitores e as quatro capitais que não atingem esse quórum – Macapá, Boa Vista, Palmas e Rio Branco. Destas, 28 já resolveram a situação no primeiro turno. Das 44 cidades com segundo turno, apenas 5 não tinham pesquisas eleitorais registradas até a tarde desta terça-feira. Entre as 39 restantes, o PT lidera isolado a corrida em nove delas, sendo 3 capitais. O PSDB tem o primeiro lugar em 7, com 4 capitais. O PDT vem em seguida, com 3 lideranças, sendo 2 capitais.

Ao lado do PMDB, o PT também é o partido que mais tem candidatos empatados com o adversário. São 5 cidades para cada um. O PSDB tem 4 representantes nessa condição. O PPS possui 3. Para definir a liderança isolada ou o empate, foi levada em consideração a margem de erro de cada pesquisa, todas registradas na Justiça Eleitoral.

Trunfos

Embora percam em quantidade de cidades para os petistas, os tucanos podem garantir vitórias de destaque no cenário nacional. É o caso da capital paulista, o maior colégio eleitoral do País, com 7.771.503 eleitores. José Serra (PSDB) tem uma vantagem de 10 pontos sobre Marta Suplicy (PT), segundo o Datafolha.

O PSDB também ocupa a liderança em Curitiba (1.179.223 eleitores), com Beto Richa. O tucano tem 49%, contra 41% do petista Angelo Vanhoni, de acordo com o Ibope.

O PT vai bem junto aos 1.361.957 eleitores de Fortaleza, com os 50% de Luizianne Lins. Segundo o Datafolha, Moroni Torgan (PFL) tem 39%. vitória em Fortaleza ajudaria a amenizar a possível derrota em Porto Alegre (1.005.998 eleitores), tradicional reduto do partido. Na capital gaúcha, pesquisa Cepa mostra José Fogaça (PPS) na frente, com 49,1%. Raul Pont (PT) tem 42,7%. Em 2002, o PT perdeu o domínio sobre o governo do estado. A derrota na capital seria mais um baque para a legenda no Sul.

Delfim Netto: “Partido tem que repartir poder”

São Paulo (AE) – O ex-ministro Delfim Netto (PP-SP) disse ontem que o resultado das eleições municipais fará com que o PT tenha de “repartir o governo” com os partidos que formam sua base política no Congresso Nacional. “”O PT vai ter de compreender que é um governo de coalizão, não é de um só partido. Nesse sentido, o aparelhamento do governo tem limites. Será preciso repartir o governo com quem o apóia no Congresso”, sustentou. Embora afirme que uma reforma ministerial é uma decisão do presidente da República, Delfim disse ser “óbvio” que um governo de coalizão implica divisão do poder entre partidos.

De acordo com Delfim, na Câmara dos Deputados o PT tem 90 votos, que somados aos partidos de esquerda não chegam a 25% do total dos votos (513). “O governo precisa de outro um quarto que não pode ser tratado com banheiro”, ironizou, referindo-se à dificuldades que a base aliada tem com o núcleo do governo Lula.

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