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Em meio às pressões do PT para que Virgílio Guimarães (MG) desista de sua candidatura avulsa à presidência da Câmara, nove dos 11 deputados mineiros da legenda enviaram uma carta pedindo que ele reconsidere a decisão de concorrer contra o candidato oficial, Luiz Eduardo Greenhalgh. Segundo o presidente do PT, José Genoino, além do próprio Virgílio, apenas o deputado Ivo José não assinou a carta.

Brasília – "Vamos continuar insistindo para que ele desista até 14 de fevereiro (data da eleição). O PT vai ter um único candidato e vou trabalhar para que nossa relação com Virgílio não fique desgastada ou esgarçada", disse Genoino após se reunir ontem com Greenhalgh e líderes petistas da Câmara. Sobre os boatos de que a cúpula do partido estaria estudando uma punição ao candidato mineiro por descumprir a deliberação da bancada que escolheu Greenhalgh, Genoino disse que isso não está na pauta.

"Na minha agenda não consta nenhuma medida administrativa contra ele. Não estou discutindo punição. Para mim, a palavra de ordem é diálogo e convencimento." O presidente da sigla disse também que considera "falso" o argumento de que a disputa interna é motivada por uma guerra entre o PT de Minas Gerais e de São Paulo. O atual titular da Câmara é de São Paulo, Estado que tradicionalmente tem mais poder político no Congresso Nacional.

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O movimento suprapartidário Câmara Forte, que apóia Virgílio, não cogita a hipótese de desistência e trabalha para fortalecer sua candidatura, enquanto a cúpula petista corre para conquistar votos a favor de Greenhalgh. Entre as bancadas, os líderes dos partidos manifestam dificuldade de emplacar o candidato oficial por haver o impasse interno dentro do PT. O prazo de 14 de fevereiro dado a Virgílio indica que essa divisão pode se manter até a votação, o que aumenta as chances de surpresas em plenário.

Enquanto os petistas brigam para ver quem disputa a preferência da maioria dos parlamentares, mais um candidato se lançou ontem na disputa. Trata-se do deputado Jair Bolsonaro (PFL-RJ). Ele disse que é candidato a presidente da Câmara para evitar que o candidato do governo, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), dispute sozinho. Segundo Bolsonaro, os outros três candidatos – Virgílio Guimarães (PT-MG), José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Severino Cavalcanti (PP-PE) – podem ceder às pressões partidárias e negociar a retirada das candidaturas.

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"Eu sou cabeça dura; vou importunar o PT. Sei até onde posso chegar; não tenho esperança de derrotar o Greenhalgh", disse Rio. Segundo Bolsonaro, a tendência é que a administração federal troque cargos pela desistência dos demais candidatos, deixando o candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara sem concorrentes.

Virgílio não desiste e aprofunda a crise

Brasília – Num ato de enfrentamento ao partido, o petista mineiro Virgílio Guimarães lançou ontem sua candidatura avulsa para competir com o candidato oficial do PT, o paulista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), à presidência da Câmara. Num discurso de mais de uma hora, Virgílio disse que é o candidato do "novo clero" e representa uma nova geração de deputados que não aceita outro tratamento senão o que sai das urnas, uma forma velada de acusar o governo de impor a candidatura de Greenhalgh.

A solenidade foi acompanhada por 58 deputados de vários partidos, mas apenas um do PT, Ivo José, de Minas Gerais. Com a decisão de Virgílio de manter sua candidatura, o PT tem dois candidatos e seus dirigentes continuam afirmando publicamente que não trabalham com a idéia da punição, mas a crise vai ganhando contornos oficiais.

O objetivo de Virgílio Guimarães de chegar à presidência da Câmara, pode ser ou não alcançado. Mas um primeiro ele já conseguiu: é hoje, de longe, o mais celebrado mineiro vivo. Está todos os dias nas páginas dos jornais, nos noticiários de televisão e de rádio, sempre num clima de confronto de Minas com o governo federal.