Brasília – As dificuldades do governo para administrar a crise política provocada pelas denúncias de corrupção envolvendo o ex-assessor da Presidência da República Waldomiro Diniz acabaram trazendo de volta ao cenário nacional o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Afastado do centro das decisões políticas do País desde o rompimento com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e fragilizado no PFL nacional, Antônio Carlos agora tenta se reabilitar investindo no racha do seu próprio partido, que optou por fazer oposição ao governo.
Foi com a ajuda do senador que o PT conseguiu evitar até agora que o senador Antero Paes Barros (PSDB-MT) angariasse as 27 assinaturas necessárias para instalar uma CPI no Senado para apurar o caso Waldomiro Diniz. “Não há na vida pública brasileira alguma autoridade que não tenha sofrido o que o ministro José Dirceu sofreu agora: o erro de pessoas. Eu mesmo já tive decepções e fui vítima de ingratidões”, diz o senador.
Além de não assinar o requerimento da oposição, Antônio Carlos ainda impediu que os dois outros representantes da bancada baiana no Senado – César Borges e Rodolpho Tourinho – apoiassem a iniciativa. Se não bastasse isso, o senador ainda subiu esta semana à tribuna do Senado para defender José Dirceu, depois do pronunciamento do senador Almeida Lima (PDT-SE), que prometera apresentar provas do envolvimento do ministro nas ações criminosas de Waldomiro Diniz.