São Paulo (AE) – Principais vencedores do 1.º turno das eleições municipais, o PT e o PSDB se enfrentam novamente neste domingo no segundo turno, em 10 das 44 cidades brasileiras -15 capitais e 29 grandes cidades, em 19 estados.
Neste confronto direto entre os dois partidos, há pesquisas disponíveis para quatro capitais, que apontam o PT à frente em Cuiabá e Vitória, enquanto o PSDB lidera em São Paulo e Curitiba. Além de perder a maior cidade brasileira, a capital paulista, o PT pode ser derrotado em Porto Alegre, Goiânia e Belém. Serão perdas amargas e, em alguns casos, emblemáticas para o PT.
Neste final das campanhas eleitorais, as pesquisas apontam uma diferença grande de votos contrária ao PT em São Paulo e Porto Alegre, com reduzida chance de reversão na boca de urna. O ex-ministro José Serra (PSDB) deve tirar a prefeitura paulistana de Marta Suplicy (PT). Em Porto Alegre, o senador José Fogaça (PPS) é a ameaça à eleição de Raul Pont (PT).
Mas o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda aposta em sua militância para virar o resultado em Curitiba e em cidades importantes do Sul, como Maringá e Londrina. Na pesquisa feita em Curitiba, divulgada no último dia 22, o Ibope constatou uma diferença de 8 pontos porcentuais entre Beto Richa (PSDB) e Angelo Vanhoni (PT).
Preferência
PT e PSDB estão na briga pela preferência do eleitor, embora não diretamente, em números equivalentes de municípios. Das 44 cidades com 2.º turno, o PT disputa 24 e o PSDB, 20. “O segundo turno mostra que o eleitor não coloca todos os ovos numa só cesta. Prefere um equilíbrio de forças políticas”, avalia a cientista política Lúcia Hipólito, sobre a polarização entre os dois partidos políticos que serão os principais atores na disputa pela presidência em 2006.
De um lado, estará o presidente Lula em busca da reeleição, com um trunfo forte: a recuperação da atividade econômica que continua firme, o que embala os sonhos petistas de um novo mandato. Na outra ponta, estará o PSDB. A eventual vitória de Serra fortalece o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas as perspectivas para o PSDB ainda são indefinidas já que, neste ninho, há outro potencial candidato ao Planalto: o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
No 1.º turno, o PT foi o partido mais votado (17,15% dos votos válidos), dobrou o número de prefeitos (402) e venceu em médias e pequenas cidades. Os petistas ganharam seis capitais, sendo as mais importantes Belo Horizonte (Fernando Pimentel) e Recife (João Paulo). Embora não tenha conquistado nenhuma capital no 1.º turno, o PSDB elegeu 862 prefeitos, se consolidou como a principal força de oposição e foi o 2.º partido mais votado (16,54% dos votos válidos).
Para Lúcia Hipólito, o 2.º turno, com derrotas ou vitórias para o PT, dilui um pouco o resultado do 1.º turno e deixará algumas lições. “O PT precisa aprender o valor de uma aliança. Para os petistas, só valem alianças subservientes”, disse, referindo-se ao descontentamento de aliados sobre a condução dada pelo PT às campanhas. “Se o PT aprender, repercutirá no Congresso Nacional já que a base aliada do governo está destroçada”, completou Lúcia. É o caso, por exemplo, da mágoa do senador Antônio Carlos Magalhães em relação à disputa de Salvador, onde o PDT (João Henrique Carneiro) deve vencer com folga larga sob o PFL, de César Borges.
Disputa
Brasília – Quatorze deputados vão disputar o segundo das eleições municipais neste domingo (31). Quatro deles são do PT, três do PSDB, dois do PFL, um do PMDB, um do PTB, um do PPS, um do PP e um do PDT. No primeiro turno realizado em 3 de outubro foram eleitos 11 deputados dos 85 que concorreram nestas eleições.
Três senadores também vão disputar o segundo turno: Ana Júlia Carepa (PT) concorre à prefeitura de Belém com outro senador, Dulciomar Costa (PTB); e César Borges (PFL) disputa a prefeitura de Salvador.
Confira a lista dos deputados que disputarão o segundo turno:
PT
Maria do Rosário (RS) – candidata a vice do prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, que busca sua reeleição;
Telma de Souza (SP) – disputa o segundo turno das eleições municipais em Santos contra o candidato do PMDB, Papa;
Lindberg Farias (RJ) – disputa o segundo turno das eleições em Nova Iguaçu com o candidato do PMDB, Mário Marques;
Rubens Ottoni (GO) – disputa o segundo turno em Anápolis com o candidato do PSB, Pedro Sahium;
PSDB
Custódio Mattos (MG) – concorre a prefeito em Juiz de Fora (MG) com o candidato do PTB, Bejani;
Wilson Santos (MT) – candidato a prefeito em Cuiabá (MT) com Alexandre César do PT;
Carlos Sampaio (SP) – disputa o segundo turno em Campinas (SP) com o deputado Dr. Hélio, candidato do PDT à prefeitura da cidade;
PFL
Gilberto Kassab (SP) – concorre como candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB) em São Paulo com a prefeita Marta Suplicy do PT;
Moroni Torgan (CE) – disputa o segundo turno à prefeitura de Fortaleza com a candidata do PT, Luizianne;
PMDB
José Ivo Sartori (RS) – disputa o segundo turno em Caxias do Sul (RS) com a candidata do PT, Marisa;
PTB
Sandro Matos (RJ) – disputa o segundo turno em São João do Meriti com Uzias Mocotó do PMDB;
PPS
Athos Avelino (MG) – concorre a prefeito em Montes Claros (MG) com o candidato do PMDB, Tadeu;
PP
Odelmo Leão (MG) – candidato a prefeito em Uberlândia (MG) com o candidato do PL João Bitar;
PDT
Dr. Hélio (SP) – vai disputar o segundo turno à prefeitura de Campinas (SP) com o candidato do PSDB, Carlos Sampaio.
