O PT, o PMDB e as bancadas de Alagoas, da Bahia e do Ceará montaram uma verdadeira operação abafa para tentar impedir a instalação da CPI da Navalha. É o que mostram dados levantados pelo deputado Augusto de Carvalho (PPS-DF), com base no cruzamento da lista de assinaturas já obtidas para a abertura da comissão e o conjunto de deputados da Câmara. O objetivo do requerimento é instalar investigação sobre o esquema de fraudes em licitações e superfaturamento de obras descoberto pela Operação Navalha da Polícia Federal.
Dos 82 petistas, por exemplo, apenas 3 assinaram o requerimento de instalação da comissão parlamentar de inquérito. Entre os 93 peemedebistas, esse número é apenas um pouco maior: 7. O que chama mais a atenção, entretanto, é que 100% da bancada de Alagoas – Estado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) acusado de ter despesas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior – tenha aderido à operação abafa. Entre os parlamentares alagoanos que não assinaram o requerimento estão o irmão do presidente do Senado, Olavo Calheiros (PMDB), e o deputado Augusto Farias (PTB), irmão de PC Farias.
Blindagem semelhante ocorreu na bancada do Piauí, onde 100% dos deputados também evitaram colocar seu nome na lista de adesão à comissão de inquérito, e no Ceará, onde apenas 1 dos 22 parlamentares tomou essa decisão. No caso da Bahia, terra natal do empresário Zuleido Veras, acusado de ser o cabeça do esquema de corrupção, o deputado ACM Neto (DEM) e mais 32 deputados do Estado, de um total de 39, também estão entre os que não querem investigação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo