Luiz Cruvinel / Agência Câmara |
A candidatura de Aldo Rebelo (foto) à reeleição ganhou força depois que o STF derrubou as cláusulas de barreira. |
Brasília (AE) – O PT e o PMDB começaram ontem a articulação política de um acordo entre os dois partidos em torno de uma candidatura única à sucessão da Câmara. Dirigentes das duas legendas resolveram agir diante do avanço da candidatura do presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), à reeleição, que ganhou força depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou as cláusulas de barreira que criavam obstáculos legais à reeleição do comunista.
Foi o candidato do PT a presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP) quem tomou a iniciativa de buscar o entendimento. Convencido de que a briga entre petistas e peemedebistas pela cadeira de presidente também abre espaço à reeleição, Chinaglia procurou o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), ontem à tarde e propôs um entendimento, admitindo até mesmo a possibilidade de retirar a candidatura em favor de um peemedebista. ?Finalmente, todos começam a perceber que este cenário de disputa e confusão só favorece a reeleição de Aldo Rebelo?, afirmou Temer, depois da conversa com ele.
Segundo o presidente nacional do PMDB, Chinaglia destacou que a candidatura, lançada oficialmente na semana passada, foi posta pelo PT, mas que não era essa a idéia discutida na reunião da bancada petista em que o nome foi escolhido. ?Ele disse que, na nota tirada na reunião, a proposta era a de submeter a candidatura aos partidos da coalizão. Contou que o texto falava, inclusive, na construção de uma candidatura única da base?, relatou Temer, depois do encontro. A expectativa dele é de que o presidente nacional interino do PT, Marco Aurélio Garcia, procure-o para articular, oficialmente, o pacto. Segunda-feira, Garcia havia afirmado que a candidatura de Chinaglia não era irremovível.
A nova bancada federal do PMDB tem uma reunião marcada para o início da noite de hoje. Os deputados, até mesmo os 32 recém-eleitos que só serão diplomados na próxima semana, foram convocados para definir o nome do candidato do partido a presidente da Câmara, mas a tendência é adiar a escolha em nome do entendimento. É o que defendem tanto o presidente do partido, como o líder Wilson Santiago (PB) e os dois deputados cogitados pela bancada como opções do PMDB na sucessão – Geddel Vieira Lima (BA) e Eunício Oliveira (CE). A expectativa é de que o presidente Lula peça aos presidentes de partidos aliados que se unam e evitem a disputa na Câmara.