O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversas reservadas no Palácio do Planalto, revela o que todo mundo em Brasília já sabe: "a articulação política do governo chegou ao fundo do poço". A realidade é que este ano de 2005 está sendo até agora um pesadelo para o governo do PT. O número de derrotas já chega a cinco e uma delas, no Congresso, para o governador de São Paulo e presidenciável tucano para 2006, Geraldo Alckmin.
O clima no Planalto é de desespero. O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, nao se conteve, na semana passada e pediu demissão. Lula solicitou que continuasse por mais um tempo. Anteontem, quando o partido de Aldo, o PC do B, lavou as mãos na disputa com Alckmin, Aldo pôs de novo o cargo à disposição. O PT, em peso, deseja que José Dirceu recupere a articulação política, mas o ministro da Casa Civil prefere que Aldo seja substituído pelo ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP).
O presidente Lula ainda não tomou decisão. Está estudando e disse a auxiliares que, se a imprensa souber antes, pode não fazer nada. Ele avalia ainda dar ministério ao PP. E faz sentido. Desde a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para presidente da Câmara em fevereiro, o governo só tropeça no Congresso.
