A Comissão Executiva do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu nesta segunda-feira punir os parlamentares que votaram contra o salário mínimo de R$ 260 defendido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PT resolveu que os três senadores e os nove deputados que votaram pelo mínimo de R$ 275 proposto pelo PFL, não poderão mais representar o partido nas comissões tanto na Câmara como no Senado. Entre os punidos, estão dois parlamentares do PT, eleitos pelo Paraná: senador Flávio Arns e a deputada doutora Clair.
A punição começou a vigorar deste ontem e deve durar até que os parlamentares punidos ?repactuem? uma nova base de convivência partidária, o que se dará apenas após as eleições de outubro. Os senadores punidos são Paulo Paim (RS), Seris Slhssarenko (MT) e Flávio Arns (PR). Já os deputados punidos são Ivan Valente (SP), Chico Alencar (RJ), dra. Clair (PR), Walter Pinheiro (BA) e João Alfredo (CE), que foram punidos pela segunda vez, e Mauro Passos (SC), Orlando Fantazini (SP), Luiz Alberto (BA) e Maninha (DF), punidos pela primeira vez.
O PT está dizendo que essa é uma punição branda, já que os parlamentares que votaram contra o governo no caso da reforma da Previdência foram expulsos do partido. ?Não se trata de punição dos direitos de filiados nem de suspensão, muito menos de afastamento. Trata-se do direito de representar a bancada e o partido.
Nós achamos que, para representar a bancada e o partido, o parlamentar tem de estar, mesmo divergindo, agindo de comum acordo?, afirmou José Genoino, presidente nacional do PT.
Genoino afirmou que irá trabalhar para restabelecer o pacto partidário com os parlamentares. ?O direito de crítica é sagrado e o direito de manifestação de discordância é sagrado. Tudo isso, o PT garante no seu estatuto, mas é fundamental que a gente saia de uma situação do cada um por si para preservar a unidade de ação?, disse.
A Executiva resolveu ainda intervir no diretório municipal do PT em Mogi das Cruzes, cidade onde mora o presidente nacional do Partido Liberal, Waldemar da Costa Neto. É que o PT lançou candidato próprio, enquanto que a direção do PT exige que o partido apóie a candidatura de Luiz Carlos Gondim a prefeito pelo PL.
O PL colocou o apoio do PT ao seu candidato em Mogi como condição para que o PL apoiasse sem restrições as candidaturas de Marta Suplicy em São Paulo e Fernando Pimentel, em Belo Horizonte.