Belo Horizonte – O PT de Minas Gerais concentrou esforços durante a semana para tentar evitar que o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG) receba uma punição severa na reunião da executiva nacional do partido, marcada para hoje, em São Paulo. Uma comissão da executiva estadual viajou ontem para a capital paulista, onde se reuniriam à noite com o presidente nacional do partido, José Genoino (PT-SP) um dos que defenderam abertamente a necessidade de que Virgílio seja punido.

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O deputado é apontado como o principal responsável pela derrota do governo na eleição para a presidência da Câmara, ao insistir na candidatura avulsa em desafio à decisão da bancada federal do PT. A decisão de Virgílio acabou colaborando para que o candidato oficial do partido, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), fosse derrotado por Severino Cavalcanti (PP-PE), no maior revés petista no Congresso durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

O grupo mineiro entregaria a Genoino uma resolução solicitando à executiva nacional que não adote nenhuma medida "traumática". O documento foi aprovado pela direção do PT mineiro na última segunda-feira.

Na prática, com a ajuda de ministros petistas de Minas, como Nilmário Miranda (Secretaria Especial dos Direitos Humanos) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), a executiva estadual apelou para uma punição "branda" – traduzida em advertência – a Virgílio. Nilmário solicitou que as discussões em torno de uma possível punição sejam feitas de "cabeça fria".

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O líder da bancada estadual do PT na Assembléia Legislativa, André Quintão – que integrava a comissão mineira, ao lado da presidente estadual do partido, deputada federal Maria do Carmo Lara, do prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões, e da deputada estadual, Elisa Costa – deixou Belo Horizonte afirmando que os ânimos no partido em relação ao assunto estavam mais serenos.

O próprio Virgílio, depois de aumentar o tom das críticas em relação à cúpula partidária, adotou um discurso mais ameno. Após a reunião da executiva mineira, afirmou que aceita uma discussão política e até "dois puxões de orelha". O deputado havia cogitado a hipótese de se licenciar do partido, mas descartou a idéia. Ele, porém, insiste no argumento de que não cometeu nenhuma transgressão e que não pode ser punido disciplinarmente.

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Os aliados de Virgílio em Minas alertaram durante a semana para as conseqüências que uma punição mais severa poderá acarretar. Segundo o deputado estadual Rogério Correia, uma suspensão, na prática, equivale a uma "expulsão branca". "Dependendo da punição, se for mesmo uma expulsão, ou expulsão branca, é possível que o PT tenha um racha em Minas.