Brasília – O PT criou o “Manual do deputado petista 2003” para orientar sua bancada, a maior na próxima legislatura, a lidar com a imprensa. São sugestões para facilitar o acesso aos meios de comunicação e conselhos para fugir de armadilhas que podem surgir na relação com jornalistas. As orientações são chamadas no texto, de 68 páginas, de arsenal petista.
O texto é voltado a todos os deputados, mas sobretudo para os parlamentares que estão em primeiro mandato e que, por isso mesmo, ainda não aprenderam a se relacionar adequadamente com a imprensa.
O manual recomenda que um deputado evite circular sem necessidade no comitê de imprensa; que fale pouco com a imprensa; e que desista de aparecer na TV, que, segundo o texto, prefere os deputados mais conhecidos da opinião pública.
O manual ensina, por exemplo, o melhor momento para o deputado falar com o jornalista em “on” (informação que cita a fonte) ou em “off” (quando a fonte é preservada).
“Mesmo quando se trata de uma conversa descontraída e amistosa, o deputado nunca deve deixar de alertar sobre o off”, afirma o texto. Segundo o manual, o deputado deve facilitar sua localização, fornecendo os números de seus telefones. “Nunca deixe de retornar as ligações. Não é exagero dizer que em cinco minutos ele pode ser substituído por outro numa entrevista”, diz o texto.
Horários
O manual indica os melhores horários para entrevistas coletivas: entre 10h e 10h30m e entre 15h e 16h. E apresenta as colunas de jornais e revistas como o alvo número um a ser atingido pelos deputados. “As notas têm elevado índice de leitura”, diz o texto. Explorar a “Voz do Brasil” é outra sugestão. São 20 minutos diários de noticiário da Câmara. O PT estima que o programa tenha 20 milhões de ouvintes.
O texto explica que o parlamentar tem direito a passagens aéreas, auxílio-moradia, cota mensal de correio, telefone, fax e xerox. E recomenda que o parlamentar, assim que assumir, faça seu passaporte diplomático.
Produzido por jornalistas do PT, o manual também oferece sua avaliação da relação imprensa/parlamentar. “Não existe informação neutra ou imparcial. É preciso cuidado para evitar que a declaração possa ser utilizada num contexto diferente. A regra é falar pouco”, orientam os autores do documento.