PT cede e muda seis itens nas PPPs

Brasília – Na tentantiva de convencer a oposição a aprovar o projeto que institui as Parcerias Público-Privadas (PPPs), o governo federal pediu a ajuda da organização não governamental Transparência Brasil para fechar possíveis brechas à corrupção. Ao lado do diretor-executivo da ONG, Claudio Abramo, o ministro do Planejamento, Guido Mantega, anunciou seis mudanças no projeto. Com isso, ele espera vencer as resistências da oposição e aprovar o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na semana que vem. Mantega acredita que as mudanças evitarão que os governos burlem a Lei de Responsabilidade Fiscal.

A mudança mais importante é o conceito de que as PPPs não serão usadas para obras públicas, e sim para execução de serviços. Ou seja, o governo vai contratar os serviços de uma empresa, que ficará responsável por todos os custos da obra e receberá o dinheiro investido com a cobrança de pedágio, no caso de uma estrada, por exemplo. Antes, o projeto previa que, após pronta, a obra seria imediatamente devolvida ao governo. Essa mudança era considerada essencial pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que vinha acusando o projeto de aumentar o endividamento público e transferir as dívidas para os governos futuros. O governo também fará uma mudança no processo de licitação, fazendo com que a regra para as PPPs seja a mesma da Lei 8.666, a Lei de Licitações. No processo de licitação, será levado em conta tanto o critério técnico quanto o econômico. Ou seja, o governo levará em conta a menor tarifa cobrada do consumidor e uma melhor remuneração para o Estado na escolha da empresa.

O governo também reduzirá as garantias a serem oferecidas pelas empresas. Claudio Abramo afirma que, ao reduzir as garantias, o governo amplia o número de empresas que poderão participar do processo licitatório das PPPs. Segundo ele, a exigência de determinadas garantias acaba privilegiando as grandes empresas.

Outra mudança importante é o prazo de exploração dos serviços pelas empresas, que cai de 45 para 35 anos. O texto também vai prever que, se a empresa tiver lucro além do previsto, ela repassará parte dele para o Estado.

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