Apesar de dois dos três relatores do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alegarem que a inclusão de nova denúncia contra o parlamentar tem de ser objeto de uma nova representação, o PSOL vai apostar na pressão popular para anexar na investigação em curso os dados sobre a venda de uma fábrica da família de Renan à Schincariol. A fábrica da família Calheiros, segundo reportagem da revista Veja, foi vendida à cervejaria por R$ 27 milhões, embora não valesse mais do que R$ 10 milhões.

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Segundo a revista, Renan teria atuado em favor da Schincariol junto ao INSS para impedir que a dívida de R$ 100 milhões da cervejaria fosse executada e na Receita Federal contra a multa por sonegação de impostos. O senador José Nery (PSOL-PA) confirmou que entregará amanhã aos três relatores do conselho o pedido para incorporar a nova denúncia no processo. Os relatores Almeida Lima (PMDB-SE) e Marisa Serrano (PSDB-MS) afirmam que o procedimento é incompatível com as normas de investigação do colegiado e que caberia aos interessados entrar com uma nova representação.

A presidente do PSOL, ex-senadora Heloisa Helena (AL), lembrou que a mesma objeção foi feita quando o partido pediu para que o Conselho de Ética apurasse a autenticidade dos documentos com os quais Renan queria comprovar o rendimento de R$ 1,9 milhão em quatro anos, com a venda de gado. "O pedido foi rejeitado, mas a pressão da opinião pública acabou fazendo com que eles (senadores) recuassem e pedissem à Polícia Federal para periciar os papéis", explicou.

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