O PSOL estuda pedir a abertura de mais um processo, o sexto, contra o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por ter elaborado uma emenda parlamentar que permitiu o repasse de R$ 280 mil a uma empresa fantasma. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o senador peemedebista foi autor da emenda que beneficiou a empresa KSI Consultoria e Contruções Ltda, que existe apenas no papel. Os R$ 280 mil da União foram repassados à empresa por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
"O fato reproduz a perfeita e criminosa triangulação do parlamentar com a empresa e o Executivo liberando o recurso público. A denúncia mostra tráfico de influência, exploração de prestígio, intermediação de interesse privado, corrupção, com pagamento de propina, formação de quadrilha", sustenta a ex-senadora e presidente do PSOL Heloísa Helena, adversária de Calheiros em Alagoas. Segundo Heloísa Helena, o ideal seria que um dos relatores de processos já abertos contra Renan Calheiros no Conselho de Ética do Senado "incorporasse" a nova denúncia. "Se não for possível, o PSOL terá que cumprir sua obrigação e protocolar nova representação", diz a ex-senadora.
Relator no Conselho de Ética do processo de que Renan teria usado laranjas para comprar empresas de comunicação, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) defendeu a abertura de uma nova representação contra o presidente afastado. "A denúncia tem elementos com o nome de pessoas, de empresas e valores", observa Péres. Segundo ele, a incorporação da denúncia a um processo em andamento depende de parecer do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO). "Nada impede que a denúncia seja incorporada a um dos processo em andamento. Mas a prática no Senado tem sido que as denúncias tenham relatores individuais. Competirá ao presidente do Conselho decidir isso", argumenta Péres.