O PSOL do Rio Grande do Sul organizou um ato público nesta sexta-feira (7) para protestar contra a violência sofrida pelas mulheres da Via Campesina durante a desocupação da Fazenda Tarumã pela Brigada Militar (Polícia Militar gaúcha). Cerca de 50 militantes uniram-se à deputada federal Luciana Genro no centro de Porto Alegre e manifestaram-se contrariados com os projetos das empresas Aracruz, Votorantim e Stora Enso na metade sul do Estado, e com a postura dos governos estadual e federal, por desrespeito à Lei da Faixa de Fronteiras, que estabelece restrições à venda de terras para estrangeiros até o limite de 150 quilômetros para dentro das fronteiras brasileiras.
"Neste momento em que a América do Sul discute a soberania, especialmente pela violação do território equatoriano (pela Colômbia), o governo brasileiro não enxerga algo semelhante aqui", afirmou Luciana Genro, referindo-se à aquisição de terras na faixa de fronteira por uma empresa de sócios brasileiros constituída pela Stora Enso.
A deputada federal também informou que pediu esclarecimentos à Brigada Militar pela truculência que usou ao despejar 500 mulheres da Via Campesina que haviam invadido a Fazenda Tarumã, da Stora Enso, em Rosário do Sul, para protestar contra a aquisição de terras e o plantio de eucaliptos na região, na terça-feira. Os policiais dispararam balas de borracha e usaram bombas de efeito moral para retirar as invasoras. Os hospitais atenderam 59 mulheres e dez crianças feridas.