O PSOL decidiu que se até a próxima quarta-feira o Conselho de Ética do Senado não funcionar com autonomia e com presidente e relator imparciais, no caso do processo do presidente da Casa, Renan Calheiros, vai ingressar com uma denúncia crime, no Ministério Público, contra Renan. O partido decidiu também que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar o funcionamento do Conselho de Ética e vai encaminhar ainda hoje uma notificação ao secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, solicitando investigação em relação à movimentação financeira de Renan.
O presidente do Senado é alvo de processo no Conselho de Ética por ter supostamente suas despesas pessoais pagas pelo lobista da empreiteira Mendes Júnior, Claudio Gontijo. Segundo o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), é preciso que a Receita dê explicações sobre saques e pagamentos de "vultosas somas" que Renan teria feito para a jornalista Monica Veloso, com que tem uma filha fora do casamento. Alencar explicou que a denúncia crime ainda está em fase de elaboração pelos advogados da legenda, mas se dará com base no entendimento que têm de que Renan cometeu "fraude fiscal e falsificação ideológica".
Chico Alencar também considera temerária a permanência de Leomar Quintanilha (PMDB-TO) na presidência do Conselho de Ética, já que ele é alvo de investigações por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. "Eles perderam o pudor. Quem está hegemonizando o Conselho perdeu o decoro", afirmou.