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São Paulo – O PSDB declara, com todas as letras, guerra ao PT. Em reunião realizada ontem, para anunciar o licenciamento de José Serra, prefeito de São Paulo, da presidência do partido, a executiva nacional tucana fechou um discurso de acirramento da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Estamos num segundo momento dentro do partido. Agora vamos intensificar a cobrança sobre o governo Lula", diz o senador Eduardo Azeredo, novo presidente nacional do PSDB.

Segundo o senador Eduardo Azeredo, as cobranças vão abordar programas prometidos durante a campanha de Lula, como o "Primeiro Emprego" e o "Fome Zero". "O governo fala muito e faz pouco", atacou. Estiveram presentes no encontro, além de Serra e Azeredo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves e o senador Arthur Virgílio.

Segundo FHC, os tucanos têm sido compreensivos com o governo. "Mas, como as coisas estão piorando, o povo tem que saber que isso não está acontecendo por acaso", afirma o ex-presidente. Virgílio fez coro com FHC, mas foi mais contundente. "O governo de Lula é ruim e seus discursos são chatos", alfinetou. Segundo ele, seu partido fará críticas contundentes e diárias ao governo. "Sempre achei que meu papel era enfrentar Lula", diz o líder do PSDB no Senado.

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Também foram criticados os gastos de Lula. "O governo federal não tem austeridade do ponto de vista fiscal", acusa Alckmin. Segundo Neves, os gastos do governo cresceram 25% entre 2003 e 2004. Serra, que diz ter se licenciado para poder se dedicar integralmente à Prefeitura, não quis falar muito sobre a reunião. Afirmou apenas que deve renovar o licenciamento a cada três meses até novembro, quando acabaria seu mandato.

Pelos menos três possíveis nomes para as eleições presidenciais de 2006 estavam presentes na reunião: FHC, Aécio Neves e Alckmin. Entretanto, os três evitaram falar como candidatos. Por outro lado, o tom de disputa eleitoral não foi negado. "Temos um duelo marcado para 2006", chegou a dizer Arthur Virgílio. Segundo o senador amazonense, uma das estratégias para as eleições é colar a imagem do presidente ao seu governo.

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Para Virgílio, o PT usa a boa imagem de Lula para desviar a atenção das medidas que estão sendo tomadas. "Lula dá broncas em seus ministros como se não os tivesse nomeado. Ele não tem atitude de demiti-los", afirma. Alckmin, cada vez mais fortalecido como provável candidato tucano à presidência da República, desviou o assunto. "Este é um ano político e não eleitoral", diz. Segundo ele, o PSDB tem bons nomes para a sucessão. "O tom do encontro de hoje foi de unidade partidária", completou.