A liderança do PSDB divulgou nesta sexta-feira (29) uma nota contestando as declarações de ontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Quixadá (CE) e Aracaju (SE). Lula acusou a oposição de tentá-lo impedir de governar o País ao entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o lançamento do programa Territórios da Cidadania em ano eleitoral. Lula criticou, sem citar nome, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, que também criticou o governo por lançar novos programas sociais em ano de eleições municipais.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirma na nota que, ao tentar negar à oposição o direito de recorrer ao Poder Judiciário e ao criticar esse Poder, o presidente da República deixa à mostra o seu desejo de governar sozinho, sem contraponto. "A liderança repudia também as agressões claramente dirigidas a um dos mais ilustres integrantes do Poder Judiciário ministro Marco Aurélio Mello, que não vai seguir as ordens do Palácio do Planalto", afirma o líder na nota.
"A agressão ao ministro é uma agressão à Suprema Corte do País", afirma a nota. Para o líder do DEM, senador José Agripino, as palavras do presidente Lula revelam que ele se tornou "arrogante e presunçoso e que acha que pode tudo". "O primeiro a se meter nas coisas dos outros Poderes é ele próprio, que inviabiliza o Poder Legislativo com medidas provisórias", afirmou Agripino.