PSDB quer presidente com Serra na reta final

Brasília

– A ausência do presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha do candidato governista à sua sucessão, José Serra (PSDB), poderá ser colocada em xeque nos próximos dias. Ontem, o coordenador da campanha de Serra, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB-MG), voltou a defender a participação de FHC na última semana de campanha eleitoral. “Vocês sabem que a figura do presidente sempre tem densidade política”, disse Pimenta, que não esclareceu, no entanto, como se daria esta participação.

O publicitário Nizan Guanaes, o principal marqueteiro da campanha, já havia afirmado que o presidente apareceria no último programa eleitoral de Serra, na próxima sexta-feira, como fez no primeiro, ao início do horário gratuito eleitoral. Mas o coordenador defende que o presidente apareça em evento público junto ao candidato. “Eu não posso dizer ao presidente o que ele deve ou não deve falar”, disse Pimenta.

Na realidade, o próprio FHC já expressou veladamente sua insatisfação com os ataques que Serra vem promovendo ao seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). FHC chegou a desmentir Serra, que insinuara em seu programa a necessidade de ter diploma universitário para ser presidente do Brasil. “Não é necessário”, reagiu FHC.

Para garantir o segundo turno e presença nele, o PSDB articula uma arrancada a partir de terça-feira, em todo o País, colocando nas ruas um batalhão de 600 mil pessoas em busca de votos para o candidato do partido. Segundo Pimenta da Veiga, a grande maioria é formada por membros de diretórios municipais, vereadores e militantes. Em alguns Estados, o comando nacional está atuando com os governadores na distribuição de material de campanha, que inclui camisetas, bonés e bandeiras, além de cédulas para “colas” estimadas em 600 milhões de unidades em todo o país.

Pimenta está entusiasmado com o crescimento da campanha em Minas, onde o candidato visitará, pelo menos, duas vezes antes de 6 de outubro. Amanhã, Serra estará em Conselheiro Lafaiete e, na quarta-feira, em Belo Horizonte. “Vamos ter um crescimento expressivo em Minas e podemos crescer até 12% no Estado”, afirmou.

Enquanto isso, prossegue a guerra judicial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Serra perdeu duas e ganhou uma. O tribunal concedeu liminar proibindo que a campanha tucana veicule novamente em seu programa o trecho em que o candidato Anthony Garotinho (PSB), é acusado de mentir com facilidade. Outra decisão foi a recusa ao pedido feito por Serra pela suspensão da propaganda de Ciro Gomes (PPS), que mostrou uma foto sua adulterada.

Na terceira decisão, o plenário do TSE decidiu conceder direito de resposta a Serra, no horário eleitoral gratuito destinado a Ciro Gomes. Em inserções veiculadas recentemente no horário de Ciro, Serra foi apresentado como candidato que “metralha” seus adversários. Nas inserções, eram mostradas fotos da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do próprio Ciro e do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

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