Brasília
– A reunião do comando da campanha do PSDB à presidência da República, ontem em Brasília, com o presidente Fernando Henrique Cardoso, terminou com declarações sobre as possibilidades de virada do candidato José Serra, neste domingo. Mas os líderes tucanos decidiram mesmo qual vai ser o comportamento do partido no provável governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ficou acertado que não haverá composição com os petistas, e os tucanos vão para a oposição. Mesma posição foi defendida pelo PMDB.O presidente da Câmara dos Deputados e governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), foi um dos primeiros a declarar que no eventual governo Lula, o caminho do PSDB deverá será mesmo a oposição. “Mas será uma oposição responsável, com disposição para o diálogo”, disse na saída da reunião dos partidos que apóiam a candidatura de José Serra (PSDB) com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), afirmou que o partido continuará, durante o próximo governo, “defendendo as reformas importantes para o Brasil, que cabeças opacas negaram” ao longo da administração do presidente Fernando Henrique Cardoso. Virgílio Neto antecipou que, em relação a isso, a legenda não mudará a posição “Adotará o mesmo figurino, o mesmo peso”. A sigla não será “oposição de apito”, disse. “Não somos ?maria-fumaça? para apitar. Se for para fazer oposição, o PSDB vai fazer oposição de idéias, em busca da supremacia intelectual e das teses”, acrescentou.
O líder do governo no Congresso afirmou que existem “pesquisas internas” indicando que o PSDB está conseguindo reverter algumas desvantagens nas eleições para governos estaduais. “Achamos que essa conjunção de forças nos levará a uma posição favorável no domingo”, disse. O presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), disse que, por ora, está descartado o apoio do partido a um eventual governo Lula. Segundo Temer, o PMDB está e continuará com José Serra (PSDB) pelo menos até domingo. “Se o Serra ganhar, seremos situação. Se perder, é porque a vontade das urnas nos colocou na oposição”, declarou Temer, após a reunião da cúpula do PMDB. O deputado admite, contudo, conversar com o PT depois do segundo turno, caso Lula vença. Mas já adiantou ser difícil participar de uma administração petista. “O PMDB nunca evitará a governabilidade, o que não significa ser governo”, afirmou.
Além de Temer, participaram da reunião Jarbas Vasconcelos, os líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), e os deputados eleitos Moreira Franco (RJ) e Eliseu Padilha (RS).
O presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), preferiu declarar, que o presidente Fernando Henrique Cardoso ainda acredita que “há tempo suficiente para uma virada na eleição” de modo a assegurar a vitória do candidato de Serra. Aníbal salientou que o forte apoio recebido anteontem em Recife revela um forte nível de adesão a Serra. Ele disse que isto tem se repetido em Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul.