O PSDB e o PT começaram a se articular para reorganizar o Conselho de Ética e dar um desfecho ao processo aberto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar. Depois de constatar que seria impossível arquivar o processo a toque de caixa, como desejava Renan, senadores do PT procuraram os tucanos. A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) conversaram separadamente com o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), o primeiro a denunciar a crise que atinge o próprio Conselho.
Ele se queixou da desorganização e do despreparo do Conselho, que já adiou três vezes a votação e deparou com a renúncia de dois relatores. Isso abriu margem para o início das conversas políticas entre os aliados de Renan com senadores de oposição. A idéia que surgiu hoje é a nomeação de uma trinca de senadores – Renato Casagrande (PSB-ES), Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e Marconi Perillo (PSDB-GO) – já que individualmente ninguém deseja assumir o posto. Mas nem isso o presidente do Conselho, senador Siba Machado (PT-AC), conseguiu fechar.
"Precisamos nomear um relator que tenha condições de trabalho e que proponha a investigação certa", afirmou Sergio Guerra. Por enquanto, os principais líderes políticos do Senado entendem que é necessário resolver os problemas internos do Conselho e, só depois disso, decidir quando e como Renan poderá comparecer para prestar depoimento aos conselheiros.
