Como não tem poder de fogo para impor sua vontade política, o PSDB deve acompanhar a estratégia do DEM de não retardar a votação da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Para convencer os tucanos a votar logo a emenda, os senadores do DEM argumentam que a oposição deveria aproveitar o apoio de dissidentes no PTB, no PR e no PDT para derrubar o tributo. Com isso, o governo teria menos tempo para cooptar senadores com nomeações e liberação de recursos do Orçamento em troca de votos.
"O tempo corre contra nós", avaliou o líder do DEM, José Agripino (RN), que está em conversa permanente com o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). O PSDB prefere usar todos os prazos regimentais e atrasar ao máximo a votação da emenda, pois entende que, independentemente da data, o governo tem condições de barganhar votos com sua base no Senado.
Essa estratégia do PSDB tem a simpatia de setores do PMDB, inclusive do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador alagoano teme que a emenda da CPMF seja votada antes do seu julgamento no plenário. Para esse grupo de tucanos e peemedebistas, não votar agora e continuar obstruindo, seria uma forma mais segura de derrotar o Planalto. Na terça-feira, as bancadas do DEM e do PSDB farão uma reunião conjunta para definir uma posição comum.
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