Foto: João de Noronha/O Estado

 Tasso Jereissati cobra investigação.

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O PSDB pedirá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investigue a denúncia do suposto recebimento de dinheiro de Cuba pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que a iniciativa não anula a decisão adotada segunda-feira de encaminhar à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos nove requerimentos convocando para depor dez acusados que, segundo a revista Veja, teriam participado do esquema para trazer US$ 3 milhões daquele país. Segundo Jereissati, "pela sua gravidade", a acusação deve, igualmente, ser investigada pela CPMI dos Correios. Ele disse esperar que o PFL também assine a representação, cujos detalhes jurídicos são discutidos. "O certo é que o principal alvo é apurar se o PT violou mesmo as normas eleitorais que proíbem os partidos de receberem recursos do exterior", alegou.

Na opinião de Jereissati, a Justiça Eleitoral dispõe de meios para apurar o fato ou acionar setores e mecanismos aptos a executar a tarefa. Entre os que o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), pediu para serem ouvidos na CPI dos Bingos estão dois ex-assessores do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, Valdimir Poleto e Rogério Buratti que, segundo a revista, teriam ajudado a receber o dinheiro, o ex-diplomata cubano e dirigente do Partido Comunista de Cuba, Sergio Cervantes, que viria na condição de convidado – uma vez que a CPI não pode convocar estrangeiros – e o deputado José Dirceu (PT-SP), convocado a depor sobre a extorsão contra a multinacional Gtech, ainda sem data marcada.

O vice-presidente nacional do PFL, senador José Jorge (PE), disse que a iniciativa do partido de assinar a representação do PSDB será examinada na reunião da executiva marcada para quinta-feira (3). Por ora, informou, o certo é que o PFL entrará, sim, com uma representação contra Lula pelo uso de dinheiro de caixa dois na campanha. "As provas estão nos depoimentos e na documentação em poder das CPIs", informou. Segundo Jorge, a legenda analisará também no encontro da executiva se a ação deve ser interposta no Supremo Tribunal Federal (STF), no TSE ou na Procuradoria Geral da República. Na avaliação de Jorge, a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos no esquema da doação de Cuba será decisiva para comprovar a denúncia. "Basta checar se, na época, a comunicação entre essas pessoas foi mais intensa", alegou.

As ligações telefônicas em poder da CPI dos Bingos revelam que Poleto, Buratti, o ex-assessor especial da Caixa Econômica Federal (CEF) Ralf Barquete e o ex-chefe de gabinete do Ministério da Fazenda, Juscelino Dourado, intensificaram os contatos telefônicos no período de renovação do contrato das loterias da instituição financeira com a Gtech. O senador defende um "aprofundamento" na checagem do mês em que a doação de Cuba teria chegado ao Brasil, além da quebra do sigilo telefônico do motorista do carro e do Seneca que transportaram o dinheiro e de outros supostos envolvidos no esquema.

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