Rio de Janeiro – O secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, foi suspenso pela Executiva Nacional do PSB. Ele considerou o fato como um caso inédito de punição por coerência. “As pessoas são expulsas ou suspensas por traição e não por se manterem coerentes com o programa e as idéias de um partido”, comentou. Ele não ainda traçou sua estratégia de defesa. “Não recebi qualquer comunicado oficial. Além disso, não tenho do que me defender, nem do que me retratar. Se é porque sou contra a taxação dos inativos, sou mesmo. Se é porque sou contra a redução da pensão das viúvas, sou mesmo, assim como sou contra essa reforma tributária que aumenta os impostos e não os reduz.”
Garotinho disse que não pretende trocar de partido e nem vê motivos para uma punição. “Se fui escolhido candidato à presidência para defender o programa do partido e consegui 15 milhões de votos, não há por que mudar. Não sou um homem que tem uma idéia como candidato e outra como eleito, que aliás nem fui”, lembrou ele. “Apoiei e apóio Lula, mas criticando o que eu era contra na época da eleição, o modelo econômico e as reformas, da Previdência e tributária, da forma que estão sendo feitas.”
Sem chances
O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) descartou qualquer possibilidade de o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, ir para o PFL. “Para o PFL ele não virá. O PFL não aceitará um político que mistura religião com política”, afirmou Maia, presidente do diretório estadual do PFL no Rio de Janeiro.
Segundo o deputado, Garotinho fica estimulando conversa com os partidos, apenas para obter destaque na mídia, mas “ninguém confia na palavra dele”. Rodrigo Maia reafirmou que o PFL é oposição ao governo de Rosinha Garotinho (PSB), mulher do secretário, apesar de haver uma parceria administrativa em alguns projetos entre o Estado o município. Rodrigo é filho do prefeito do Rio, César Maia (PFL).