Protestos e boicotes marcaram mais uma vez o Provão, hoje, na sua última edição sob responsabilidade do ministro da Educação, Paulo Renato Souza. Cerca de 400 mil estudantes de 24 áreas estavam inscritos, mas ainda não há estatísticas sobre quantos participaram da prova, obrigatória para a obtenção do diploma. Alunos de cursos como jornalismo, psicologia e arquitetura, inclusive da Universidade de São Paulo (USP), manisfestaram seu descontentamento com o exame, entregando a prova em branco. A União Nacional dos Estudantes (UNE) realizou protestos para incentivar o boicote em mais de dez Estados. Em seis deles, a entidade organizou também uma enquete na porta das escolas para avaliar gestão do ministro. Segundo a UNE, 8.710 participaram. O ministro ganhou uma nota média de 1,8 dos alunos que foi entregue a Paulo Renato hoje pelo presidente da UNE, Felipe Maia. No sábado, a entidade conseguiu na Justiça liminar que dava o direito a todos os alunos que, por alguma razão, não tinham sido inscritos pelas suas instituições no Provão. A decisão beneficiou estudantes inadimplentes e pareceu contraditória para o ministro. “Nos primeiros anos, as liminares pediam a anulação das provas, agora a UNE quer que os estudantes se submetam a elas. É uma vitória nossa”, disse Paulo Renato, no Rio. O ministro ainda informou que o curso de geografia deverá ser incluído no Exame Nacional de Cursos – nome oficial do Provão -, no ano que vem. Há também solicitação das áreas de fonoaudiologia, nutrição, turismo, fisioterapia e educação física. O exame começou às 13 horas e teve quatro horas de duração. Foi aplicado em 627 municípios. “Estava com muito sono porque fiquei assistindo aos jogos da Copa e não respondi o exame”, disse o formando de arquitetura da USP, Fabrízzio Lima. Um movimento para boicote ao Provão foi organizado por estudantes da instituição e teve a adesão de dez cursos. “É impossível analisar quatro anos de estudo em apenas algumas horas”, contou Amanda Baptista, aluna de jornalismo. Na Paraíba, a Justiça aceitou pedido da UNE para que os alunos do Estado não fossem obrigados a esperar o tempo mínimo de 1h30 para sair da sala, caso quisessem entregar a prova em branco. Em Belo Horizonte, graduandos entraram para fazer o Provão usando nariz de palhaço. “Foram questões distantes da prática profissional que vamos ter após a formatura”, disse a estudante de psicologia, Carolina Silveira. O Ministério da Educação (MEC) gastou R$ 25 milhões para realizar o Provão e os resultados serão divulgadas em novembro. Os estudantes receberão a sua nota em casa, comparada à média do curso. Os formandos que obtiverem os melhores desempenhos na sua área receberão do MEC uma bolsa de mestrado. As provas e gabaritos estão no site www.inep.gov.br .
Protestos marcaram o Provão, o último da gestão Paulo Renato
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