Protestos em frente ao STF marcam Grito da Terra

Vestidos com túnicas pretas e segurando bandeiras, trabalhadores rurais de todo o Brasil participaram hoje (22) do 19º Grito da Terra Brasil, em passeata pela Esplanada dos Ministérios. Entre as principais reivindicações apresentadas pelos manifestantes estão a reforma agrária e o combate à violência no campo. Eles defendem também melhoria na saúde pública e na educação.

Durante a marcha, os manifestantes fizeram um ato em frente ao Ministério do Trabalho para cobrar a regularização de alguns sindicatos. Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Willian Clementino, sem o registro os sindicatos perdem o direito de fazer negociações e acordos coletivos de trabalho e não podem cadastrar os assegurados especiais na Previdência. “Mais de mil sindicatos já solicitaram o registro”, disse.

Em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), os manifestantes fizeram um minuto de silêncio deitados em protesto aos trabalhadores rurais assassinados no campo.

Segundo o presidente nacional da Contag, Alberto Ercílio, a pauta de reivindicações entregue à presidenta Dilma Rouseff no dia 24 de abril, diz respeito a 15 ministérios. “É uma pauta muito ampla. Tem muita coisa para ser vista pelo governo federal.”

À tarde, os líderes da manifestação vão se reunir com um grupo de ministros para discutir as reivindicações. “Devemos ser realistas. Há políticas que já estão caminhando e outras que estão longe de serem concretizadas, mas estamos otimistas”, disse Ercílio.

Cerca de 200 policiais trabalharam no controle do protesto. Para a Polícia Militar, o número de manifestantes não passou de 4 mil. A organização do 19º Grito da Terra Brasil, no entanto, informa que cerca de 5 mil trabalhadores participaram do movimento.

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