A possível ampliação do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, virou o pior pesadelo dos paulistanos que vivem nas redondezas. Eles já fizeram passeatas e protestos. Há duas semanas, apertaram o cerco, ao conseguirem que o deputado Carlos Gianazzi (PSOL) apresentasse um projeto de lei, e, na sexta-feira, entraram com uma representação no Ministério Público. Tudo para restringir o crescimento do aeroporto.
O documento entregue à Justiça é um relatório detalhado das cinco principais associações de moradores dos bairros adjacentes contestando o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), do Aeroporto de Congonhas, uma espécie de raio X da região, que avalia as vantagens e desvantagens de ter um vizinho como esse. Alvo de críticas, o estudo passou por mudanças. Mesmo assim, os moradores consideram o trabalho “falho, com problemas técnicos, e cheio de contradições”.
“Faltaram pesquisas de campo que poderiam avaliar com precisão o impacto do aeroporto na vida das pessoas”, diz Edwaldo Sarmento, vice-presidente da Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto de Congonhas, um dos redatores do documento entregue no Ministério Público, com cópia para Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, órgão responsável pela análise do EIA-Rima.
“Em Congonhas, as pessoas precisam entender que se trata de um estudo de impacto do aeroporto e não da ampliação da pista”, diz Paulo Sergio Ramos, diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). ” Existe um projeto nesse sentido, mas em análise no Ministério da Defesa. Se aprovado, terá de ser feito um novo EIA-Rima. Esse aqui não vale”, garante.