Um dia depois de um protesto na comunidade do Parque Proletário, no Complexo da Penha, ônibus coletivos não puderam circular pelo bairro, prejudicando os moradores. Três ônibus foram incendiados ontem (13) à noite e as carcaças dos veículos ainda impedem o trânsito normal na manhã desta quarta-feira (14). Passageiros tiveram que andar muito para pegar ônibus.
“Estamos enfrentando muitas dificuldades para pegar ônibus. Temos que dar uma volta muito grande para chegar na garagem da empresa que circula aqui ou ir para outros lugares muito mais longes”, disse a empregada doméstica Vera de Almeida, que trabalha na Gávea, zona Sul do Rio.
Na noite de ontem, moradores da favela protestaram contra a morte do jovem Laercio Hilário da Luz Neto, de 17 anos, encontrado morto sobre uma laje, na comunidade. Além de atearem fogo nos ônibus, os manifestantes também apedrejaram um carro da polícia.
Durante o protesto, tiros foram disparados do alto da comunidade e, na manhã de hoje, várias casas estavam sem energia elétrica. Equipes da distribuidora de energia Light trabalham para reparar o problema.
O alvo da manifestação foi a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada na favela desde agosto do ano passado. A Polícia Militar nega envolvimento na morte do rapaz. Agentes de outras unidades pacificadoras da região foram deslocados à noite para auxiliar na segurança da UPP do Parque Proletário.