A missa de sétimo dia pela morte do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina, Valmir Motta de Oliveira (Keno), 42 anos, se transformou num ato político e de protesto para exigir a apuração dos fatos e a responsabilidade dos autores do homicídio. O líder foi morto durante confronto no último domingo na fazenda da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste (PR), que também resultou na morte do segurança Fábio Ferreira, 25 anos.
A celebração religiosa aconteceu nesta manhã na fazenda reocupada pelos trabalhadores rurais. Dezenas de militantes de movimentos sociais, políticos e religiosos participaram do ato ecumênico em homenagens ao líder morto. A celebração era para ser conduzida pelo arcebispo Dom Ladislau Biernaski, da Comissão Nacional da Terra, e o bispo emérito de Goiás, Dom Tom Tomaz Balduíno, que não compareceram por problemas de agenda. A pregação teve um tom de repúdio aos conflitos agrários no Paraná e a favor da reforma agrária no País. "Estamos aqui em solidariedade pela luta da reforma agrária e pelo trabalhador morto na Syngenta", disse Dionísio Vandresen, da Pastoral da Terra no Paraná. A viúva do líder sem-terra morto, Íris de Oliveira, e os três filhos, Keno Jr, Juan e Carlos Eduardo estiveram presentes na celebração religiosa, vestindo camisetas brancas estampadas com a foto de Keno.